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Viana do Castelo: Associação Vila Animal de malas à porta

17 de Novembro de 2015 | Marlene Felisberto
Viana do Castelo: Associação Vila Animal de malas à porta
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A Associação de Protecção de Animais de Viana do Castelo – Vila Animal acusa a autarquia de Viana de não cumprir com a palavra dada, quando há cerca de 5 anos, lhes prometera um terreno para albergar os animais recolhidos da rua.

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Presidente da Vila Animal assegura que Associação já entregou quase 3 mil animais para adopção

A Vila Animal surge em 2010, com total apoio da autarquia, com o intuito de ajudar a Câmara, os vianenses e os animais, albergando, tratando e esterilizando os animais errantes e abandonados, “mantendo a cidade livre de um ambiente terceiro-mundista, respondendo assim às necessidades diárias de uma capital de distrito, cujo canil Vale do Lima não consegue dar vazão”, considera a presidente da Associação, Maria José Barreiros. Durante estes anos a Associação esteve albergada num terreno com um edifício cedido por particulares, no centro da cidade, sabendo que a qualquer altura teria que abandonar o espaço que se encontrava à venda. A Vila Animal, até ao final deste ano, vê-se assim coagida a desocupar o edifício, encontrando-se de pés e mãos atados, de malas à porta e sem uma resposta da Câmara Municipal. Os resultados do trabalho árduo desta Associação são bastante expressivos. Ainda segundo a presidente da Vila Animal, foram 4.235 animais esterilizados e entregues para adopção 2.945. Sendo a única Associação da cidade de Viana do Castelo a actuar na recolha, esterilização e adopção de cães e gatos, na sua ausência, surge como alternativa o Canil Intermunicipal do Vale do Lima, que neste momento abrange uma área geográfica de 14 municípios.

A presidente da Associação disse ao NC que “não podemos acreditar que o canil intermunicipal dê resposta a milhares de casos de animais abandonados que surgem todos os anos nestes concelhos. Sabemos perfeitamente que para além de não terem infraestruturas para albergar tantos cães, também não têm meios para a sua recolha. E já não falo em relação aos gatos”. Acrescentou ainda que “deveríamos trabalhar todos em conjunto, num só sentido, resgatando animais, ensinando e educando as pessoas a cuidarem dos seus bichinhos, dando à cidade o verdadeiro sentido do que é ser pró-animal”.

Maria José terminou dizendo que “é vontade da direcção e voluntários, juntamente com os cidadãos vianenses, que acompanham de perto esta situação dramática de forma atenta e activa, prosseguir com o trabalho até aqui realizado, o qual é resultado do esforço de todos os que nos apoiam”.

Paula Venâncio, presidente da Associação de Paredes de Coura Acod’Animais, disse ao NC que lamenta “toda esta situação, dado que a Vila Animal desenvolve um trabalho exemplar no concelho de Viana. O trabalho voluntário não tem qualquer contrapartida monetária, mas sim o bem-estar animal. Sabemos muito bem que o Canil Intermunicipal não tem capacidade para dar resposta a tantos animais abandonados e que não pode ser a única alternativa para uma autarquia como a de Viana. Apesar de não termos um espaço físico para albergar os animais abandonados de Paredes de Coura, temos famílias de acolhimento e uma autarquia sensível à causa, que não vê no canil a primeira resposta”.

Entretanto, em declarações prestadas à Lusa, o presidente da autarquia vianense afirmou que “os serviços camarários estão a envidar todos os esforços para encontrar, no concelho, um local adequado para aquela estrutura, enquadrado nos instrumentos de gestão do território. Não se encontra um espaço com estas características de um dia para o outro. A associação também tem que fazer o seu trabalho, e ajudar a procurar alternativas”, refere José Maria Costa. O autarca socialista relembra ainda o subsídio mensal que atribuiu à Vila Animal, a quem reconhece “um trabalho meritório”.

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