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O FLAGELO DOS INVERNOS

20 de Novembro de 2018 | Helena Ramos Fernandes
O FLAGELO DOS INVERNOS
Opinião

Sempre que chega esta altura do ano, a problemática é sempre a mesma: atropelamentos. Acontecem quase todos ao princípio da noite e, sobretudo, quando as condições climatéricas são mais adversas. Só nas últimas duas semanas contei uns quantos aqui no nosso Alto Minho mas, entre os mais preocupantes, destaco dois ocorridos em Ponte de Lima e um outro em Monção.

Não vou comentar nem esmiuçar as ocorrências. Até porque não estava lá quando aconteceram e isso é um papel que cabe agora às autoridades. O que me leva a escrever sobre esta temática é que todos os anos este flagelo se repete na nossa região. Precisam-se de soluções.

É certo que há casos em que as próprias autarquias pouco ou nada podem fazer como, por exemplo, uma pessoa que se atravessa à frente de um veículo em plena faixa de rodagem fora da passadeira. Mas até aí algo poderá ser verificado… como a iluminação pública, por exemplo. Ela é tão importante para peões como para os próprios condutores os poderem detectar e terem por isso consciência de algum movimento menos previsível.

De acordo com o site portdata.pt, já foram contabilizadas pelo menos 10 mortes por atropelamento em todo o Alto Minho desde 2015. No nosso concelho, a lamentar duas [dados de 2018 ainda não foram inseridos]. Claro que, comparativamente ao resto do país, são números baixos. Mas estamos a falar de vidas humanas. Vidas que se perdem na estrada. Umas vezes por culpa do próprio peão. Outras vezes por culpa do condutor. E outras por culpa de decisores políticos que se demitem das suas funções e não prevêem que o pior possa acontecer em certas artérias dos seus concelhos.

As lombas são incómodas? Pois são. E fazem mal às suspensões dos carros. Mas só para quem teima em circular a grandes velocidades. As lombas são hoje uma medida preciosa que já terá salvado muitos milhares de vidas. Uma autarquia não deve sequer pensar duas vezes em aplicá-las na maior parte das estradas do centro do concelho. Sobretudo nas proximidades de escolas ou áreas comerciais.

A iluminação LED chegou para ficar. Pois que seja também aplicada nas passagens para peões. E quando falo em aplicar, estou a referir-me a realçar este ponto em relação ao resto de toda a via que deverá estar convenientemente iluminada. A autarquia não deve poupar despesas na segurança rodoviária. Existem já sinaléticas que advertem os condutores em caso de excesso de velocidade dentro da localidade. Existem os chamados marcadores de chão, também em LED, para ainda melhor sinalizar as passadeiras. Todo um leque de soluções para um único fim: evitar este tipo de mortes que nunca deveriam existir.

Por vezes o nosso mal é pensarmos que certos episódios só acontecem aos outros. Só que, enquanto o diabo esfrega o olho, lá vem um dia em que algo desse género nos calha a nós. E a vida de cada um muda… por vezes de forma drástica. E é muito triste chegar ao final desta história e ter de dizer aquela expressão tão celebrizada por Herman José: “Não havia necessidade!”.

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