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Pais criticam horário da Escola Primária

3 de Novembro de 2015 | Eduardo Bastos
Pais criticam horário da Escola Primária
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Os pais dos alunos do 1º ciclo de Paredes de Coura estão descontentes com o novo horário de início das actividades lectivas. No ano passado a escola começava às 8.45 horas, mas este ano lectivo o agrupamento de escolas decidiu fazer alguns ajustes e o horário mudou para as 8.30 horas, o que obriga algumas crianças a saírem de casa pouco depois das 7 da manhã.

A hora de início das aulas na Escola Básica do 1º Ciclo de Paredes de Coura foi a principal queixa apresentada pelos pais dos alunos, numa reunião que juntou cerca de quatro dezenas de encarregados de educação. Em causa está a antecipação do início das aulas para as 8.30 horas, caso único em todo o distrito. Nos anos lectivos anteriores as actividades começavam apenas às 8.45 horas. São apenas quinze minutos mas que, na opinião dos pais, fazem toda a diferença, dadas as características geográficas do concelho.

A escola reúne todos os alunos do 1º ciclo, que são recolhidos junto a casa por uma rede de transportes escolares organizada pela autarquia e, dadas as distâncias entre as freguesias e a sede de concelho, para estarem nas aulas às 8.30 horas, a recolha começa a ser feita pouco depois das 7 da manhã. Uma situação que se verifica, sobretudo, nas freguesias mais a sul da vila, obrigando muitas das crianças a levantarem se por volta das 6.45 horas. “Querem que as crianças descansem, mas a levantarem-se a esta hora isso é uma tarefa muito complicada”, referem alguns pais. Contactada pelo NC, a directora do Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura, responsável pela alteração do horário, explicou que a antecipação da hora de início das aulas surgiu depois de, no balanço do ano lectivo anterior, se ter chegado à conclusão que as crianças chegavam a casa muito tarde, no final do dia. “Resolvemos começar as aulas mais cedo, para poderem chegar mais cedo a casa”, refere Ana Paula Fernandes, ressalvando que se a escola começa quinze minutos mais cedo, também termina quinze minutos mais cedo, pelas 16.50 horas, quando nos anos lectivos anteriores acabava apenas às 17.05 horas.

Os pais, contudo, referem que o facto de a escola terminar mais cedo não se tem traduzido na chegada a casa mais cedo por parte das crianças. Uma situação que vai merecer a devida análise por parte do agrupamento de escolas pois, explica a directora, “temos de ver se realmente as crianças estão a chegar a casa mais cedo, porque se assim não for não estamos a dar a resposta pretendida”.  Apesar disso, acrescenta, “devemos deixar passar mais algum tempo, antes de fazer esse balanço”.

Também na Escola EB 2.3/S de Paredes de Coura há a registar algumas queixas dos pais, desta feita relativamente à carga horária que os encarregados de educação consideram excessiva, principalmente no 2º e 3º ciclos de escolaridade. Uma situação que se traduz, por exemplo, nas tardes livres. Nos anos lectivos anteriores, todas as turmas tinham a tarde de quarta-feira livre e este ano isso não acontece. Algumas turmas têm uma tarde livre mas não é a mesma para todas, o que, devido à falta de transporte, obriga os alunos a ficarem na escola mesmo sem aulas. Além disso, há turmas que nem sequer têm tarde livre e outras que praticamente não têm qualquer tempo livre no horário.

Uma situação que os pais consideram estar relacionada com a implementação excessiva das aulas de apoio ao estudo, que o agrupamento de escolas resolveu alargar em quantidade e às várias turmas e não apenas aos alunos que efectivamente necessitam de apoio. Essas aulas visam não só o apoio ao estudo a Português e Matemática, mas também outras áreas nomeadamente Actividades Ludo-Pedagógicas, Geografia e Literacia Financeira, entre outras. Actividades que, na opinião dos pais, sobrecarregam o horário dos alunos.

Ainda em relação à Escola Básica do 1º Ciclo, que agrega também duas salas de jardim de  infância, as queixas dos encarregados de educação focam-se igualmente na alegada falta de pessoal auxiliar, argumentando que os funcionários são poucos para assegurar a vigilância das mais de 300 crianças que frequentam aquela escola. Argumentos que, contudo, esbarram na simposições governamentais, que estipulam o número de auxiliares em função do número de alunos e que, no caso de Paredes de Coura, não são tidos em consideração, existindo mais funcionários do que os previstos. Ainda assim, explicam alguns pais, a distribuição da escola, com vários espaços de recreio, faz com que este número seja ainda considerado insuficiente.

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