Estas duas palavras são muito proferidas nesta quadra natalícia, sobretudo pelos políticos.
No entanto, caro leitor, deveriam ser mais praticadas ao longo do ano. São duas palavras fortes, sem dúvida, mas são os actos que estas representam que fazem a diferença na vida, por vezes difícil, de inúmeras pessoas. São mais recorrentes nesta altura do ano, onde o amor e a bondade se multiplicam naturalmente. Uma época que tem o poder mágico, por vezes só por segundos, de nos transportar para um mundo paralelo onde não existe maldade, diferenças, desigualdades, e onde o poder deixa de ser maléfico. Mas isto tudo pode exigir-nos algumas contrapartidas, que nem sempre temos para dar. Porque nesse tal mundo, infelizmente, o dinheiro não deixa de ser necessário. Para além da magia que transborda desta época natalícia, ela também nos aguça o apetite pelo consumismo. Queremos presentear, queremos retribuir, talvez agradar, e também queremos ser solidários e caridosos. Para estes últimos por vezes o dinheiro é dispensável, mas nem sempre. Para estes é sobretudo necessário tempo, mas o que representa hoje em dia o tempo, se não, na maioria das vezes, dinheiro?
No entanto e numa boa verdade, caro leitor, com pouco dinheiro, às vezes sem nenhum, e uma boa gestão do nosso tempo, é possível ser-se solidário ou caridoso. O essencial é existir a vontade, ou a impulsão para se praticar esse bem. E este fará toda a diferença para quem realmente precise dele.
Apesar de parecidas, a solidariedade e a caridade apresentam algumas diferenças. Ambas envolvem vontade em ajudar quem não está tão bem. Ambas integram a preocupação pelo bem-estar do outro. Por seu lado, a solidariedade vai além do acto de dar, de oferecer. Esta abarca um compromisso para com o outro. Esta envolve um sentimento de união e apoio mútuo. Por outro lado, a caridade representa a dádiva, a ajuda directa para alguém que precisa desse acto. O acto de entregar algo nosso, seja um bem, seja tempo ou apenas atenção, a alguém que precisa dessa oferenda.
A verdade é que falar sobre solidariedade ou caridade apenas porque é Natal acaba por banalizar o que realmente estes actos representam. Sobretudo o da caridade, que é tão simples de praticar. Por isso caro leitor, pratique o bem não só nesta época. Um simples gesto de simpatia irá fazer a diferença, não só nas pessoas que ajuda, mas para si e para todos.
Inicie nesta época aquilo que poderá prolongar para o novo ano que se aproxima. Dispense um pouco do seu tempo, da sua atenção para oferecer um gesto de bondade a um familiar, um amigo, um vizinho, um desconhecido se lhe ocorrer que este precisa disso.
Ao espalhar bondade talvez consigamos atenuar os efeitos nefastos produzidos pelas maldades que ocorrem actualmente pelo mundo fora.
Por isso, caro leitor, o meu maior desejo neste Natal é que o ano de 2025 seja um ano do Bem.