“A bola é uma paixão”, quem o diz é a Sílvia, a menina de Vascões que, quando crescer, quer ser “como o Ricardinho”, o melhor jogador de futsal do mundo, o português que actua em Espanha.
Filha de Maria de Lurdes Alves Fernandes Rosa e de Norberto Sousa Dantas Rosa, a Sílvia tem 12 anos, anda no 7º ano, mora em Vascões e faz do paradisíaco espaço que rodeia a sua casa de Lamas um gigantesco estádio, nunca largando a bola e sonhando com os maiores palcos do futsal português. Ainda assim, admite que “futebol é que eu gostava, mas cá em Coura não há para as meninas da minha idade”. Só para os escalões mais novos, como os traquinas, onde a Sílvia jogou há alguns anos no Sporting Clube Courense.
“A Sílvia tem um talento inato para o futsal, já chegou a jogar na nossa equipa de juniores e toda a gente ficou de boca aberta”, revela Albano Sousa, o presidente do Castanheira, colectividade que criou uma Academia de Futsal que prepara o futuro da modalidade com perto de duas dezenas de meninos e meninas que serão o amanhã do clube. Por via dos regulamentos só permitirem jogar nos juniores a partir dos 14 anos, a Sílvia, para já, vai apenas jogando partidas amigáveis. Mas os treinos são para ela um prazer. “Gosto muito de treinar, gosto da Adriana Amorim, a nossa treinadora é fixe, faço sempre por aprender mais, para já o pé direito é o mais forte, mas quero melhorar o jogo com o esquerdo. Sou ala e gosto do jogo com técnica”, confessa a menina de olhos vivos, que desde pequena sempre gostou de jogar à bola com os rapazes.
Benfiquista ferrenha, a Sílvia considera que o melhor presente que os pais lhe deram foi quando, há dois anos, a deixaram treinar futsal no Castanheira. Embora seja aluna de “quatros e de cincos, gosta pouco de estudar”, confidencia a mãe. “Estudar para médica como o meu irmão?, não, não penso nisso”, diz-nos com o mesmo estilo despachado com que dribla uma, duas, três… e remata, certeira, para o fundo das redes.