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FORMARIZ: A LIGAÇÃO ESTREITA COM O RIO COURA

24 de Abril de 2018 | Daniela Vieira
FORMARIZ: A LIGAÇÃO ESTREITA COM O RIO COURA
Formariz

A heráldica da nossa freguesia tem bem patente a representação do rio Coura, com as suas trutas saltitantes, sob a conhecida ponte de Mantelães. São estes símbolos a que nos vamos dedicar nesta edição, percebendo a estreita ligação entre as nossas gentes e o “nosso” rio.

Atravessada por este rio de águas cristalinas, a nossa freguesia tem a mais bela e frequentada praia fluvial do concelho: o Taboão (originalmente “Tabuão”, derivado da “grande tábua” que lá existia para mergulhos). É esta praia que de verão se enche de visitantes e onde, nesta altura primaveril despertam as belas flores campestres da nossa região, entre as quais as Pascoelas, os Narcisos selvagens, a “Dedaleira” (que nós conhecemos por “Troques”), o Miosótis…

É no Lugar das Penizes que se encontra a maior e mais antiga piscicultura do nosso país. A sua instalação no nosso rio prende-se com a pureza das suas águas e a sua elevada oxigenação, aliada às temperaturas abaixo dos 21 graus, condições fundamentais para a sobrevivência desta espécie. Esta unidade surgiu na década de 60, com a introdução da truta Arco-Íris (originária da América do Sul). Esta espécie é uma espécie muito resistente, que atinge um tamanho entre 30 a 45cm. O seu nome deriva das sua cores: corpo acastanhado ou amarelado, com pintas pretas na zona do dorso e nas barbatanas dorsal e caudal; como característica distintiva têm uma risca rosada que se prolonga das guelras à barbatana caudal.

Também na nossa freguesia temos lendas ligadas ao rio, como é o caso da “lenda do penedo do frade”. Esta história tem por base o local onde o rio é coberto de penedos, havendo uns metros onde deixa de se ver o seu caudal. Reza a história que aqui foi enterrado um frade, mesmo por baixo destes penedos que magicamente escondem o rio.

Foi este rio que deu nome ao hino do extinto grupo folclórico “As lavradeiras de Formariz”, escrito pelo Sr. Alfredo Marinho: Aqui deixo a letra, que me lembro de memória (pode conter algum lapso), e que creio que deverá ficar escrita para que perdure no tempo, e para que todas as gerações honrem e valorizem o nosso belo rio:

“Adeus, adeus rio Coura,/ Correndo sempre a cantar,/ Tu regas os nossos campos,/ Antes de chegar ao mar.

(Refrão)

Tem pena, meu bem tem pena, ó ai,/ Tem pena do meu penar,/ Tem pena meu bem tem pena,/ Das águas que vão para o mar.

Adeus, adeus rio Coura,/ Que vais correndo p’ró mar,/ Tuas águas cristalinas,/ As trutas a saltitar.

De inverno sobes ao alto,/ Para ver as namoradas, / Depois segues teu destino/ Até às águas salgadas.

Adeus, adeus rio Coura/ As costas te vou virando,/ A boca cheia de beijos,/ Os olhos ficam chorando.”

Estimemos este bem, esta fonte inesgotável de histórias, de poesia e de beleza!

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