A família e tudo o que ela envolve é, sem sombra de dúvida, a instituição mais importante da sociedade. A família. O grupo de indivíduos unidos por laços de afecto, consanguinidade e, ou, de parentesco. Qual é afinal a importância deste grupo para a sociedade?
Os princípios, os hábitos, e o carácter, são alguns dos frutos que podem ser colhidos na família. Mas nem todos os frutos são bons. Alguns são até amargos e outros demasiados pesados.
Sem dúvida que os pais querem o melhor para os seus filhos. Mas arrisco-me a dizer que não devemos é querer que eles sejam os melhores. Os pais devem educar com autoridade mas sobretudo com muito amor. Os pais têm o dever de tornar seus filhos autónomos, incutindo-lhes responsabilidade sobre todos os seus actos. Sejam estes bons ou maus.
A avaliação da educação dos nossos descendentes não estará nem no título que carregarem, nem na conta bancária que eles tiverem no futuro. Estará no reflexo transmitido por eles. O reflexo da educação que lhes for transmitido. E sobretudo do exemplo que os pais forem para eles. A tolerância e pro-actividade da sociedade depende demasiado desse reflexo. Pense nisso, caro leitor!
Nos filhos de amanhã estará o reflexo do ambiente familiar onde cresceram. Se os ensinamentos forem bons, e os exemplos também, com certeza que os resultados serão satisfatórios. Mas e se apesar dos bons ensinamentos que arrecadarem os exemplos forem maus, as coisas mudam completamente.
A famosa frase “faz o que eu digo e não olhes para o que eu faço” há muito que deixou de funcionar. Talvez porque a base do respeito que se transmite actualmente aos descendentes não esteja impregnada de medo como era no passado. Actualmente e em algumas, mas demasiadas vezes, os valores que se tenta passar para os mais jovens são deturpados pelos exemplos que os rodeiam. Por atitudes menos acertadas dos progenitores ou familiares adultos. Isto apesar do esforço e vontade dos mesmos em transmitir valores contrários a tais atitudes.
Actualmente ouvimos demasiadas vezes falar em violência doméstica, violência no namoro, “bullying”, maus tratos em crianças e idosos. A falta de princípios, a falta de carácter e sobretudo a falta de humildade estão presentes em todas estas calamidades humanas. Que tipo de educação tiverem estes protagonistas do mal? Ou talvez que tipo de exemplos tiveram eles? Ou então, quem e o que falhou nestes casos?
Educar não é coisa fácil, e a maneira como actuamos enquanto educador é decisiva e extremamente importante.
Somos pais protectores. Por vezes em demasia. Desta forma, não preparamos os nossos filhos para as adversidades deste mundo frenético e destravado. Somos facilitadores. Por vezes nem deveríamos. O ganho fácil nunca tem nem terá o gosto da vitória ganha por mérito. E a derrota faz parte e ensina bastante. Somos exigentes em resultados. E os filhos transformam-se em marionetas que actuam em função das ambições dos progenitores.
Amamos em demasia. Mas isso é o melhor que podemos e devemos fazer. Devemos educar a amar. O amor é a base de tudo, principalmente numa família. É no ambiente familiar que, em cada geração, se constrói a sociedade de amanhã.
Somos nós, os pais de hoje, os arquitectos da sociedade de amanhã. Como tal devemos educar os nossos filhos. Mas educar para amar.