“QUEM CRESCE EM COURA TEM QUE GOSTAR DE MÚSICA”
Chama-se Catarina Pereira, é de Parada e há muito que transporta a música no coração. Aos 23 anos de idade, esta fisioterapeuta de formação criou uma banda e já gravou o seu primeiro disco.
“Why?” é o nome do single que lançou este mês nas plataformas virtuais; Cut Arine, o nome da banda. A Catarina integra a Escola do Rock de Paredes de Coura, onde é vocalista há já um par de anos, o que considera normal, uma vez que “quando se cresce no habitat natural da música, é impossível não gostar de música desde sempre”.
Além de intérprete, é letrista e compositora, definindo o seu actual projecto como rock comercial, e garantido que os seus gostos pessoais na música se situam entre o pop-rock e o índie.
Cut Arine conta ainda com o baterista Kalu, 20 anos, estudante universitário de História; Fernando, teclista que estuda Produção e Tecnologias de Música no ESMAE, no Porto; o guitarrista Rui, 27 anos, fotógrafo de profissão, e Lilo, baixista, um jovem estudante de Marketing na Universidade do Porto, com 19 anos.
Catarina Pereira faz questão de deixar uma palavra de reconhecimento a dois courenses que têm sido importantes no seu percurso musical: Nuno Alves, director da Escola do Rock, “a pessoa que mais nos orientou em todo processo do single”, e Ricardo Pereira, autor da capa do single.
Em que momento da vida sentiste o apelo da música?
Quando se cresce no habitat natural da música, é impossível não gostar de música desde sempre, mas a vontade de pisar palcos começou a tornar-se mais real quando entrei no 10º ano e participei no TSI da escola com a Marta.
Qual o teu percurso na música?
Comecei a cantar em pequenina e aos 10 anos tive algumas lições de guitarra.
Quando entrei para o 10º ano é que decidi que queria realmente experimentar os palcos. Participei no TSI da escola, entrei para o grupo de teatro, comecei a escrever algumas músicas. Ainda nesse ano, com 3 amigas minhas, formamos uma “girlband” (oh pah, estava na moda) e demos alguns concertos por Paredes de Coura, e apesar de ser algo muito amador e bastante mal preparado, foram momentos divertidos e serviram para ganhar experiência. Aos 16 comecei a ter aulas de canto e com 17 inscrevi-me na primeira edição da Escola do Rock onde conheci grande parte dos músicos da banda.
Fala-me da tua experiência na Escola do Rock.
Acho que a ideia de pisar palcos como o do Primavera Sound, da Casa da Música, do HardClub no Porto, do Vodafone Paredes de Coura, entre muitos outros, não teria passado de uma ideia se não fosse pela Escola do Rock. Além disso, cria-se todo um ambiente de amizade e apoio entre participantes e formadores. Os formadores incentivam-nos e ajudam-nos a trabalhar nos nossos projectos (como este single, que foi gravado no programa de bandas residentes deste ano) e nada soa melhor do que os ver lançar mais projetos deles (o Miguel Ramos e o Samuel Coelho, são os que me vêm agora a mente por publicarem recentemente).
A Escola do Rock é qualquer coisa de muito especial, molda-nos como músicos, preparam-nos para palco, mas acho que a maneira com que nos abordam nos molda também como pessoas.
Tens como objectivo um dia poderes viver exclusivamente da música?
Conseguir viver exclusivamente da música é uma ideia para a qual olho com surrealismo, claro que admito que seria uma grande meta, mas não é fácil. O objectivo real seria um dia conseguir algum lucro extra com a música, mas continuar a exercer como fisioterapeuta, e se possível levar a fisioterapia para o mundo da música porque, tal como acontece com o desporto, um músico está sujeito a muita tensão corporal, as lesões aparecem e afectam a performance (a HÍGIAclínic, onde trabalho, tem um projecto dedicado a isso).
Tens alguma formação musical?
Tive algumas aulas de guitarra e dois anos de canto, mas tudo na prática, teoria musical em si não.
Qual o gênero musical que mais gostas?
Algo entre o Pop-Rock, um bocadinho de Índie.
Como apresentarias este single?
A “Why?” de certa forma pode ser descrita como uma música que fala sobre amor, mas não sobre a parte cor-de-rosa, mas sobre a parte sombria, que nos leva um bocado à loucura e à incógnita. A letra e a base da música foram criadas por mim, mas o Kaku e o Fernando deram-lhe vida, e o Rui e o Lilo deram-lhe cor. Nem sei bem definir o gênero, mas ficou assim um rock mais comercial, tem pelo meio um solo de guitarra incrível que o Rui fez, acho que no geral está agradável.
Quem são os autores das músicas e das letras que cantas?
As letras sou eu que escrevo, as músicas é uma mistura, às vezes chego com uma ideia vaga ao ensaio e eles põem em prática, outras vezes eles começam a improvisar e insiro uma letra e fica.
Fala-me dos próximos projetos
O objetivo agora era retomar os ensaios que o Covid nos tirou e começar a preparar repertório para dar concertos e talvez gravar mais alguns temas.