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MARIA BRITO, AI QUE SAUDADES, AI, AI

8 de Junho de 2021 | Manuel Tinoco
MARIA BRITO, AI QUE SAUDADES, AI, AI
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Faz este mês três anos (dia 17) que nos deixou para sempre Maria Rosa Gonçalves de Brito, estimada rubianense do Lugar de Antas que cedo partira com o marido por esse país fora, acompanhando-o na actividade profissional de construtor de pontes.

 

O NC promete que sempre que puder passará a recordar os seus que já não estão entre nós, assinalando a data do seu desaparecimento. É com redobrada estima que inicio a rubrica rememorando Maria Brito, cuja ascendência se situa no ramo genealógico de minha avó materna.

Nascida no já distante ano de 1926, em casa de seus pais, Rosa Gonçalves e  Manuel de Brito, lar do sítio da Rua onde pouco reinava a fartura, e muito mandavam o carinho, a generosidade e a boa harmonia, Maria e seus irmãos, António, Jorge, Arlindo, José e Emídio, cresceram e medraram no tempo da outra senhora, o tal tempo em que muitos se viram obrigados a zarpar.

Só Jorge e Emídio (este depois de uma experiência em França) se deixariam ficar por Antas, ambos dedicados ao ofício de alfaiate. Por seu lado, António procurou vida em Alverca, Zé e Arlindo botaram a Lisboa, onde viriam a ter uma taberna na Rua Maria Pia.

Maria viria a casar com António Brito Montenegro, sendo que o casal deixou Rubiães em 1960, vivendo depois um pouco por todo o país, sempre em função do trabalho de António.

Mulher de fino trato, bondosa e para quem a generosidade era mandamento das leis de Deus, Maria soube incutir nos filhos o mesmo espírito altruísta e o um coração sem tamanho. A educação dos seus cinco filhos, Helena, Lúcia, José Manuel, Marsília e Manuel Jorge, foi algo que se mostrou sempre uma prioridade da vida do casal, formando uma família que, desde Setúbal à Figueira da Foz e a Cinfães do Douro, entre muitas outras terras do nosso país, percorreu Portugal de ponta a ponta, enquanto António Brito Montenegro ia desempenhando o seu trabalho de construtor de pontes.

Aos 91 anos de idade, em Leça do Balio, na região do Porto, Maria deixava para sempre a vida terrena, sendo hoje recordada como uma das mais queridas e bondosas rubianenses da sua geração.

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