Tem as raízes em Rubiães, nasceu em França, vive em Paris e não esconde o sangue courense que a traz cá amiúde. Olha a neta do Alfaiate!, assim a recebem os mais velhos, os que ainda se lembram de seu avô Joaquim, mestre na arte das tesouras e das agulhas.
Visita parentes e amigos e calca o chão que lhe esboçou a idiossincrasia; o chão do Lugar de Antas, os caminhos velhos que preenchem o imaginário de uma artista que sabe que não há melhor forma de viver no futuro do que usar o mais romantizado dos retrovisores – são sempre romantizados, os retrovisores.
Chama-se Elisabete de Castro Barbosa, a luso-francesa que usa o nome artístico de Éliz Barbosa, filha de Maria Natália Pereira de Castro Barbosa e do já saudoso Celestino Pereira Barbosa, ambos de Antas, pintora de referência no mundo das artes parisiense. Aos 48 anos, Éliz é hoje dona de um já apreciável currículo, tendo começado por estudar na Escola Nacional de Belas Artes em Bourges, iniciando aí uma fase da carreira onde predomina o desenho, ao que se seguiu a pintura (como um meio de orientar pesquisas sobre a cor).
Exposições em Bordéus e Paris, apenas para dar dois exemplos, e a representação do seu trabalho na Galerie Convergences, na Cidade-Luz, mostram como a Éliz avança a passos medidos e seguros no mundo da pintura.
As suas obras estão já um pouco por toda a Europa (Bélgica, Luxemburgo, Grécia…) e também nos Estados Unidos. Todavia, Éliz guarda no mais doce cantinho do coração a presença na Bienal de Cerveira, algo que significou o retorno às raízes, em jeito pictórico e com uma lágrima, felina e feliz, a saltar-lhe dos olhos – ou não fosse sempre feito de Amor o momento em que a Arte se cruza com as raízes.