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Pontos de vista

27 de Junho de 2022 | Helena Ramos Fernandes
Pontos de vista
Opinião

Determinadas mensagens ou comportamentos provocam nas pessoas, enquanto participantes ou simples espectadores, reacções distintas. Nesses momentos é natural que diferentes pontos de vista sejam formados. As divergências dever-se-ão sobretudo ao contexto onde estas se desenvolvem e às características dos grupos envolvidos. Entre diferentes gerações é uma constante. Se uma mensagem ou atitude é considerada inadequada por uma das partes envolvidas não significa que esta, num contexto restrito ou mais amplo, o seja.  Em muitas dessas situações a razão nem sempre se encontra do lado mais óbvio. E, caro leitor, antes de atirar a primeira pedra é por vezes importante fazer uma introspeção, uma extrospeção e analisar a ocorrência com o máximo de isenção possível. A expressão, sair do quadrado ou pensar fora da caixa, parece-me ser uma das soluções quando ocorre algo que consideramos inaceitável. Sobretudo quando para a outra parte não passa de uma normalidade aceitável. Desde que não se trate de qualquer tipo de ilegalidade ou violência, não passam de pontos de vista diferentes.

Onde quererei eu chegar a partir desta introdução, caro leitor?

Fruto das minhas vivências pessoais, profissionais e sociais, deparo-me constantemente com enredos desse género. E nessas situações faço um esforço, por vezes bem grande, para não ser injusta nem com palavras nem com pensamentos. Tento conter o meu ponto de vista dando asas à razoabilidade e à neutralidade. Isto de forma a não invadir a liberdade alheia impondo a minha própria liberdade. Se eu sou livre, a outra parte também o é. A minha opinião, qualquer que seja o motivo que a produza, será inevitavelmente influenciada pela minha educação, tanto no sentido amplo como no sentido restrito ou até técnico.

Educação. Saberá, caro leitor, definir educação?

Esta questão daria aso a vários pontos de vista. Uns mais óbvios, alguns devidamente justificados e outros menos aceites. Neste contexto não definido, escolher a definição mais adequada, seria o mesmo que procurar uma agulha num palheiro. No entanto é possível reduzir à área de procura, basta sair do quadrado ou pensar fora da caixa para que o julgamento não seja influenciado sobretudo pela nossa própria educação. Talvez dessa forma seja possível encontrar a agulha no palheiro.

A educação pode ser definida como o processo pelo qual o conhecimento, os hábitos, os costumes e tradições, e os valores de uma sociedade são transmitidos à próxima geração. Ou como um processo que visa o pleno desenvolvimento intelectual, físico e moral de um indivíduo (sobretudo na infância e na juventude) e a sua adequada inserção na sociedade. Logo, caro leitor, parece-me que educar não será da exclusiva responsabilidade do professor. Outros intervenientes, como a família, os amigos, os colegas entre outros, são também muito importantes na educação das novas gerações. Gerações absorvidas pela tecnologia, sem receio de se expor no mundo virtual cada vez mais denso. Gerações influenciadas pela social média, não conseguindo por vezes distinguir o mundo virtual do real. O que por vezes as levam a ultrapassar os limites da liberdade. Uma geração que além de educação precisa de muita orientação e atenção. E nós, os adultos de agora, temos a missão e responsabilidade de transmitir aos mais novos os saberes para que a produção dê bons frutos. Para sermos bons produtores de saberes temos que ter a capacidade de aliciar os consumidores desses saberes, sobretudo as crianças e jovens das gerações presentes e futuras. Respeitando e potenciando as diferenças de forma positiva, com o intuito de orientar, ou corrigir, os desvios comportamentais em determinados sistemas, grupos ou acontecimentos sociais. A educação deve evoluir em função do público-alvo, e nós, os adultos de agora, temos obrigatoriamente que nos adaptar ao presente para conseguir potenciar o futuro. Pontes de vista diferentes podem, em muitas situações, promover a troca de saberes. E, essa partilha, constituir-se como ponto de partida para uma boa colheita.

Partilhemos, caro leitor, os nossos pontos de vista, mesmo que diferentes. Este é e será sempre o melhor caminho para o entendimento. Concorda comigo, caro leitor? Ou será o seu ponto de vista diferente do meu?

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