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2 de Agosto de 2022 | José Augusto Pacheco
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Opinião

O bem-estar das pessoas – tanto subjetivo, quanto material – é considerado, cada vez mais, fator preponderante no desenvolvimento dos territórios.

Por norma, está associado às desigualdades sociais, registando-se, nos estudos que são apresentados, uma forte correlação entre indicadores que refletem a desigualdade e as perceções que as pessoas têm sobre as condições em que realmente vivem.

A desigualdade é um mecanismo complexo, com muitas dinâmicas e com enormes diferenças entre territórios, dependendo, por exemplo, de fatores como condições materiais, saúde, educação, segurança, qualidade ambiental, contactos sociais, participação cívica, bem-estar subjetivo, equilíbrio trabalho-família, habitação, sociedade digital, trabalho digno.

Muitos destes fatores são analisados no estudo “Territórios de bem-estar. Assimetrias nos municípios portugueses,” da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresentado em julho de 2022 e que pode ser lido, de forma mais pormenorizada, na Internet.

Conforme é dito, “o estudo demonstra que a segurança e a qualidade ambiental do local onde vivemos, as possibilidades de gestão dos tempos da vida familiar e de trabalho, o acesso à habitação e a serviços de educação, saúde e transportes, a par do envolvimento nas comunidades, são alguns dos fatores que mais influenciam a perceção e a experiência de bem-estar das pessoas, sofrendo grandes variações entre territórios.”

Se os dados estatísticos são o que são, sempre frios e com um toque de artificialidade mágica, a perceção das pessoas é fundamental para analisar e fundamentar o bem-estar dos portugueses e, mais particularmente, dos courenses, que vivem e trabalham no município.

E como, no âmbito deste estudo, o levantamento das perceções das pessoas de cada município é insuficiente, não me interessa muito saber em que tipo de território fica Paredes de Coura.

Se a análise considerar a educação e a cultura, para além de outros fatores, direi que Paredes de Coura é um território inovador, já que está ligado às instituições de ensino superior e aos polos de inovação tecnológica e digital, garantindo as expetativas de mobilidade social, cada vez mais ancoradas nas trajetórias educativas, como diz o estudo, e cada vez menos relacionadas com situações de estigmatização social.

A oferta educativa que o município proporciona às crianças e aos jovens, sobretudo desde a educação pré-escolar até ao final do ensino básico (9º ano) é algo que merece ser bem realçado, não falando nas oportunidades que a caixa do brinquedo lhes proporciona em termos de crescimento pessoal e de desenvolvimento sociocognitivo.

Se não existem dúvidas de que o bem-estar dos adultos se constrói a partir da infância, há razões credíveis para afirmar que Paredes de Coura é um território agradável e inovador.

É um território de futuro, que será da Mel, nascida a 15 de julho, em Formariz, bem como de todas as crianças deste concelho.

 

 

 

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