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13 de Setembro de 2022 | José Augusto Pacheco
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Opinião

O verão de 2022 deve ficar nos anais do tempo como o virar da página da pandemia, por mais casos que ainda existam, e por mais voltas que ainda venha a dar, o que não é previsível, face à linha de curso de uma pandemia, no seu percurso de surgimento, disseminação e desaparecimento, muito embora possa originar uma endemia, se a Covid-19 for mais um vírus a habitar no corpo dos humanos.

Respirou-se de alívio e as pessoas demonstraram essa situação com a sua participação em eventos festivos e culturais, desde a festa da paróquia até aos grandes encontros nacionais e internacionais.

Cada um de nós se libertou da sua concha de medo e decidiu dizer que tem direito ao presente, vivendo-o na sua plenitude de imensas possibilidades, sem máscaras e sem confinamentos.

Pude constatar esta realidade nas festas do concelho, com muita participação das pessoas nas diversas atividades, como já tinha acontecido, pouco tempo antes, no “mundo ao contrário.”

E de todas as atividades destaco uma: o cortejo histórico sobre Paredes de Coura, na evocação do seu passado, organizado por épocas históricas, e representado por figuras gratas ao concelho.

Estive, juntamente com outras pessoas, por dentro desta atividade, em todos os seus momentos, desde a sua conceção, que começou num guardanapo de um restaurante concelhio, até à sua concretização, no dia 13 de agosto, num sábado de muito calor humano, registado nas fotografias de máquinas profissionais e de intermináveis telemóveis.

Tivemos receios, há que o dizer, pois tratava-se de organizar um evento que dissesse quem somos como território histórico e que personagens melhor traduziriam essa inconfundível identidade concelhia, de alma tão grande.

Do texto histórico, passou-se ao guião e deste às pessoas que se dispuseram a participar, voluntária e afetivamente.

Surpreendeu-me, de facto, o querer das pessoas que se dispuseram a ser outras, representando personagens, umas conhecidas e outras anónimas, ou transportando dísticos, com os passos detalhados de cada quadro histórico.

É para essas pessoas, muitas crianças e muitos jovens, muitas mulheres e muitos homens, num total de duzentas, que deixo aqui o nosso muito obrigado, dizendo-lhes que sem a sua ativa e emotiva participação o cortejo histórico não teria sido possível.

Poder-se-ia ter recorrido a outras formas de participação, mas um cortejo histórico sobre Paredes de Coura, representado por pessoas do concelho, é uma realidade bem diferente, pois, sob as roupas de um figurante, há um nome que sabemos soletrar, há um rosto que conhecemos bem, há uma identidade local que facilmente atribuímos a um lugar ou a uma freguesia, e há, ainda, uma pessoa que disponibilizou muito do seu precioso tempo.

Por isso, o nosso infinito e reconhecido obrigado a todas as pessoas que fizeram o cortejo histórico acontecer.

 

 

 

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