O mês de Setembro, além de nos trazer o Outono, uma estação de cores quentes polvilhada por temperaturas variadas, que alterna entre o seco e o molhado, é também, para muitos portugueses, o mês do início ou o mês do regresso.
Início de uma nova fase ou regresso a uma fase ainda em construção. No entanto, para alguns acaba por não ser nem uma coisa nem outra. Por exemplo, para mim, não passou de um falso regresso ao trabalho. Falso, porque não parei o tempo suficiente para sentir esse tão agradável, ou não, sabor a regresso. Posso afirmar, caro leitor, que para mim, este mês, significou continuação. E não, caro leitor, felizmente não me encontro com síndrome de Burnout, nem tão pouco viciada no trabalho, encontro-me apenas numa fase profissional com vários horizontes. E que exige de mim um pouco mais do que o normal. Mas esta situação acaba por abranger uma grande parte da população activa. Aqueles que já perceberam que se devem preparar para o que aí vem. Porque as ajudas esporádicas que cada um de nós pode vir a receber, por parte do Estado, em compensação de uma aparente inércia no combate à crise, não serão suficientes. Caros políticos, acordem enquanto é tempo. Caro Primeiro-ministro, tem agora a oportunidade para mostrar que é o ministro de todos os portugueses. E deixe de se justificar com os milhares que anda a distribuir, porque estes não passam de migalhas que pouco ou nada resolverão. Distribua sementes porque as migalhas e as palavras levam-nas o vento.
E para si, caro leitor, o que significa, ou significou este mês, que vem depois de Agosto, com tons quentes e cheiros terrosos? Este mês de intensas e saborosas colheitas. Esperemos que os vinhos que estão para vir destas colheitas de Setembro, sejam mais do que prazerosos, que sejam apaziguadores. Tendo em conta a situação sócio-económica que se avizinha, que venham bons vinhos para serem saboreados com moderação.
O calendário escolar em Portugal escolheu este mês como ponte de partida para as crianças e jovens do nosso país. Por outro lado, os pais trabalhadores que se organizaram de forma a coincidir as suas necessárias paragens laborais com as ansiadas férias de Verão dos seus descendentes, também regressam profissionalmente. Este cenário familiar faz com que Setembro se transforme também no regresso ao trabalho para milhares de pais e mães, ou encarregados de educação. O regresso à escola, ou o regresso ao trabalho, faz com que Setembro seja tão ansiado como receado.
Um mês ansiado por muitos, sobretudo pela quota de novidade que ele transporta para quem regressa às aulas, para quem regressa ao trabalho, mas sobretudo, para quem inicia um novo rumo, escolar ou profissional. A primogénita cá de casa, também se encontra nesse novo início, com uma licenciatura às costas e um pé no mercado de trabalho. Que ela siga com a mala cheios de sonhos rumo à felicidade. E que ela tenha muito sucesso no percurso profissional que escolheu e para o qual trabalhou arduamente. Estes são, com toda a certeza, sentimentos comuns a qualquer pai ou mãe, ou outra figura maternal ou paternal, que preza a felicidade desta nova geração.
Em relação a si, caro leitor, em qual destas posições se encontra? Início ou regresso?