Hoje dedico este cantinho, a todas as Mulheres com M grande. Admito que tenho uma ligeira dificuldade em escrever sobre nós pois tudo me parece insuficiente para nos descrever. No entanto, darei o meu melhor, e por tal, espero que gostem.
O mês de Março é um mês emocionalmente muito rico, para mim. Nele celebro o nascimento dos dois grandes homens da minha vida, o meu irmão e o meu pai, mas também o dia que representa todas as grandes Mulheres que fazem parte da minha vida. Apesar de estar presente em mim a ideia de que todos os dias são dias da mulher, tenho que admitir que poder verbalizar “Feliz dia da Mulher” é libertador. Por isso, este dia não representa apenas o dia da Mulher, representa algo maior, representa o dia das Mulheres, com o dito e escrito “M” maiúsculo. Um dia que simboliza a força e independência da mulher. Celebra-se a 8 de Março o dia do protesto pelos direitos da mulher.
O que dizer sobre nós, Mulheres? No passado, éramos retratadas na literatura como as donzelas dos vestidos de seda frondosos, dependentes e submissas. E no presente vestindo as nossas próprias calças como sinal de emancipação e independência. A nossa história no feminino, apesar de já ter sido muitas vezes abordada, nunca é demais reforçá-la e resgatá-la do baú. Relembrar desta forma tudo pelo qual lutamos e o que nos esforçamos para conquistar, o que outrora nos era interdito. Atrevo-me a lançar uma nova definição para o que somos. Somos a associação de algo poderoso a algo singelo e extremamente humano. Num tabuleiro de xadrez não somos apenas peões, somos aquilo que quisermos, somos aquilo que tivermos que ser, por opção. Deixamos de ser comandadas para podermos dar as nossas próprias passadas. Tivemos, e por vezes ainda temos, que construir o palco da nossa história. E muitas vezes sem a disponibilização de materiais. Damos o nosso melhor e aos poucos vamos conseguindo, através de sucessivas pequenas passadas, colocar o ‘ser mulher’ no seu devido lugar.
O feminino é algo tão indefinido como definido, o que o torna numa incógnita. Os valores que no passado pareciam irrefutáveis, alguns deles são hoje desadequados e uma maioria relativizados. Não digo que foram cessados, alguns foram reajustados e outros regulados. A importância da mulher na família, na sociedade, no trabalho e na política, já ocupa em muitas frentes o seu devido lugar. Mas, infelizmente, nem sempre de forma natural, e por isso a sua legitimidade é balizada por leis que supostamente a protegem. Que obrigam a valorizar a importância do nosso género. Celebrar o dia da mulher acaba por nos lembrar que a luta existiu e que algumas batalhas foram ganhas, mas também que devemos continuar a lutar. Este dia simboliza as vitórias do feminino no passado, mas ainda há muito a fazer.
O ano de 1975, além da comemoração do primeiro ano de liberdade de Portugal, também foi o ano em que a ONU adoptou o dia 8 de Março como sendo o Dia Internacional da Mulher. Um dia representativo de tudo aquilo que nós, mulheres, temos vindo a conquistar, sobretudo em termos de representatividade social e estrutural ao nível da economia, da política e da família. Culturalmente, linguisticamente e também nacionalmente fomos revolucionárias, e por esse motivo, as Nações Unidas quiseram homenagear estas vitórias.
Resumindo, não somos apenas sensíveis, trabalhadoras e emocionais, somos também fortes, revolucionárias e lutadoras. Devemos procurar escrever a nossa própria história. Ser a escritora, narradora e personagem principal do enredo dessa mesma história. Arriscar, cair, levantar e voltar a tentar. Valorizar quem somos sem qualquer receio. Não desistir facilmente daquilo em que acreditamos e correr atrás daquilo que nos completa.
Não é fácil, mas também não é impossível. Por isso…
Para além de serem mulheres, sejam a Mulher da vossa vida!