Admito que este tema é tão robusto e inconclusivo, que provocou em mim uma certa dificuldade em desenvolvê-lo. Mas como eu não me movo pela moleza, vim tentar desconstruí-lo e falar da minha visão.
Liberdade é um tema matreiro e completamente díspar de pessoa para pessoa. Tanto é um objectivo a alcançar, como algo a evitar. Tudo tem risco, mas será que vale sempre a pena arriscar?
Enquanto estive a fazer a minha pesquisa apercebi-me que não existe nada totalmente livre, existem sempre limites. Limites esses que de alguma forma garantem-nos “conforto” no nosso percurso de vida. Quando temos um caminho delineado para seguir acabamos por correr menos riscos e poupamos mais tempo, no entanto acabamos por não abrir horizontes. Neste exemplo onde o caminho está limitado e o que o envolve é a liberdade, até mesmo a liberdade nos limita em sermos práticos. Por isso é tão confuso saber ao certo o que é ser totalmente livre.
Se pensarmos bem é muito mais fácil identificarmos a opressão e limitação do que a própria liberdade.
A propósito da “Liberdade”, não posso deixar de abordar o acontecimento que marcou profundamente o povo português, o nosso 25 de Abril.
Sim, o nosso 25 de Abril que é diferente do dos restantes povos.
A carga cultural e emocional que este dia tem para nós deve ser e tem que ser significativa, porque revolucionou tanto o sistema como todos os portugueses.
Estamos a falar de um momento histórico que nos fez perceber que a liberdade quando dela somos privados, seja de que forma for, não deve colocar em causa os nossos pensamentos, ou até mesmo roubar o nosso espírito crítico. Aceitar sermos marionetes controladas por fios de ordens descabidas e incriminatórias, é um destino que não condiz connosco, os Portugueses.
Liberdade ou falta dela é algo que não deve ser colocado em questão, a única observação que devemos considerar é se sentimos que os nossos direitos estão ou não a ser violados. A liberdade é algo excelente, mas vem acompanhada de uma grande responsabilidade. Por isso, um conselho de amiga, sejam livres dentro dos limites que forem ao encontro da vossa perspectiva de vida. Aceitem o aceitável e não violem o que deve ser inviolável.
Para terminar em beleza deixo uma quadra que realmente me faz lembrar esta memória.
“Dentro de ti, ó cidade/ O povo é quem mais ordena/ Terra da fraternidade/ Grândola, Vila Morena” (Zeca Afonso).