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A propósito do regresso do feriado

4 de Outubro de 2016 | Carlos David Pimentel
A propósito do regresso do feriado
Geral

– preferes a república ou a monarquia?

No próximo dia 5 de Outubro volta a comemorar-se a Implantação da República em Portugal. Comemorar a República com um feriado abolido por um Governo que se formou na “ abolição”, ou seja, em abolir tudo o que aparecesse à frente (reformas, salários, feriados, abonos, etc.). Nunca percebi se Passos Coelho teria como estratégia perpetuar-se no poder como Rei ou Paulo Portas como Rainha (segundo José António Saraiva…).

Julgo que a Monarquia nunca lhes fugiu dos horizontes, uma vez que a República permite essa coisa chata que é o direito ao voto. A República permite-nos pelo menos criticar, alguns milhões de pessoas que escolhem os Coelhos, os Portas, os Costas, Jerónimos e Catarinas e acima de tudo os que já não acreditam em nada e que são os maioritários…

Prefiro por isso a República pelo facto de ter mais diversidade por onde poder opinar, não teria criatividade suficiente para opinar acerca de um filho(a) mais as suas taradices fruto de um Rei abolidor e de uma Rainha apaixonada por submarinos.

Podiam era comemorar os políticos este 5 de Outubro na quarta-feira na Assembleia e deixar o feriado para sexta-feira para o resto dos que lhes dão legitimidade. Ganhava o turismo e as empresas com o descanso de três dias dos seus colaboradores. Claro que já me imaginava a voar para África a caçar elefantes com o Juan Carlos…

Como a África do Juan Carlos é longe, teria sempre a alternativa de ir a Inglaterra passar um fim-de-semana prolongado, bem regado com Vodka e Gin e tentar perceber se é esta a receita para a longevidade. Promoveria também um encontro entre a nossa Rainha e o Príncipe Carlos, porque parece-me que têm gostos idênticos…

Como terceira opção, ficaria os 3 dias em Portugal e seguiria os critérios do FMI, do BCE e dos “mercados”, essa coisa que ninguém conhece porque não tem cara, mas que todos respeitamos muito e pouparia para pagar na forma de impostos a manutenção de uma Comunidade Europeia que esses Ingleses desprovidos de conhecimento abandonaram…

Aproveito para saudar o meu bisavô que foi Primeiro-ministro e ministro das Finanças (entre outros cargos) durante a I República e grande amigo de Bernardino Machado. Esteja lá onde estiver, decerto me diria hoje, “não foi para isto que eu lutei pela República”…

Saúdo o meu avô Carlos Pimentel que era grande amigo de Aquilino Ribeiro e que quando eu lhe perguntava de que partido era depois do 25 de Abril a resposta era: “Sou Republicano…”.

Por fim, saúdo o meu Pai, Duarte Pimentel, que pouco tempo depois já me dizia: “Não foi para isto que fizemos o 25 de Abril…”.

Como o único que está vivo sou eu, se me perguntarem se prefiro a República ou a Monarquia, a minha resposta é: “Venha o diabo e escolha…”.

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