O padre Manuel Alberto Domingues Lourenço é desde há dois anos provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura. Foi nomeado em 14 de Janeiro de 2017 e na sua nomeação constava ficar a residir naquela instituição. Tudo porque “na altura, as casas paroquiais estavam impróprias para habitação”, explica o capelão da Santa Casa. O padre Alberto vive, pois, no Lar da Santa Casa há vinte e dois anos, completamente despojado de bens materiais, num pequeno quarto do Lar da vila de Paredes de Coura, lado a lado e em igualdade de circunstâncias com os utentes da instituição.
Recorde-se que o padre Alberto chega a Coura em 1996 como pároco das freguesias de Ferreira, Cossourado e Linhares e capelão da Santa Casa da Misericórdia. Entretanto, deixa a paróquia de Linhares em 1997, e assume a paróquia de Formariz.
Em jeito de balanço, aceitou falar ao NC destes dois anos à frente dos destinos da Santa Casa de Misericórdia de Paredes de Coura. Apresentou-nos os novos projectos que estão aprovados e prontos para sair do papel, nomeadamente a obra de reestruturação da Estrutura Residencial para Idosos (E. R. P.I) que conta actualmente com 85 idosos: “Primeiro vamos fazer uma ala e deslocá-los e depois vamos fazendo as obras”, adianta o provedor da Santa Casa que explicou, ainda, que esta é uma obra avaliada em cerca de três milhões de euros.
Falou das várias valências que existem na Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura para além da Residência de Idosos como o Jardim-de-Infância e Creche com 60 crianças; o Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) com 19 utentes; os Serviços de Cuidados Continuados com 22 camas; os Serviços de Apoio Domiciliário (SAD); a Equipa Local de Intervenção (ELI); a Universidade Sénior e a Rede Local de Intervenção Social (RELIS): “Este é um projecto que ia terminar em Dezembro, só nós e outra Misericórdia é que demos continuidade”.
Lembrou que se trata de uma instituição com cerca de 90 trabalhadores e que a despesa com os funcionários aumentou com a subida do salário mínimo nacional: “Os salários aumentam mas as comparticipações mantêm-se” e salientou que “a grande preocupação das Misericórdias do Alto Minho é precisamente esta”, até porque, informou, “as Misericórdias não recebem dinheiro dos jogos da Santa Casa, isso é só para a Casa Mãe, em Lisboa”.