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CASTANHEIRA: CASA MORTUÁRIA, TUDO A POSTOS PARA A OBRA

18 de Julho de 2018 | Manuel Tinoco
CASTANHEIRA: CASA MORTUÁRIA, TUDO A POSTOS PARA A OBRA
Castanheira

 

Há mais de dez anos que Castanheira discutia a necessidade de ter um espaço reservado e mais confortável para velar os mortos. Todos concordavam quanto à necessidade mas no que diz respeito à localização as opiniões divergiam. Por um lado, a Junta de Freguesia – financiadora da obra – e, por outro, a Comissão Fabriqueira que, não avançando dinheiro para a obra, contribui com a propriedade, discutiam o melhor a fazer. Muitos anos e algumas brincadeiras de S. João depois, tal como noticiámos na passada edição, o problema parece resolvido. O NC sabe que o entendimento sobre a versão final do projecto se atingiu acatando sugestões e exigências de ambas as partes. É sempre melhor quando assim é, ganham todos! A Câmara Municipal mediou e colaborou com o apoio de técnicos ao projecto.

De acordo com os elementos a que tivemos acesso, a intervenção nasceu da necessidade de criar um espaço polivalente de utilização colectiva para a comunidade e, embora a necessidade primeira tenha sido a de criar uma casa mortuária – espaço ecuménico para um velório – a obra propõe também que ele possa receber reuniões da comissão fabriqueira, sessões de catequese, formações e/ou pequenos encontros comunitários.

A obra proposta reabilita e amplia o edifício da “Casa da Mesa”, património da Fábrica da Igreja de Castanheira, adjacente à Igreja Paroquial. Aproveita uma construção existente, mas pouco usada, adaptando-a às necessidades de conforto, acessibilidade e dimensão actualmente necessárias – beneficiando simultaneamente toda a envolvente exterior.

A opção de aproveitar um espaço que já existe e requalificá-lo segue uma lógica de racionalização dos recursos e parte do princípio de que dividir as necessidades de utilização por muitos edifícios representa sempre um maior gasto, quer no investimento em nova construção quer ao nível da manutenção e consumo de energia no futuro, com maior prejuízo para a paróquia.

Partindo do edifício existente da “Casa da Mesa”, no qual são corrigidas as questões de acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, conforto e eficiência energética (novos isolamentos, caixilharia, ar condicionado e iluminação), é feita uma ampliação autónoma que complementará o edifício existente.

Os 180m2 de espaço útil resultantes da obra são divididos ao nível do piso superior – com salão cerimonial polivalente e instalações sanitárias adaptadas a pessoas com deficiência, acessíveis de forma independente a partir do adro da Igreja, à cota superior – e do piso inferior que fica a servir de salão multiusos.

Além de um espaço íntimo e autónomo reservado à família enlutada, o salão cerimonial terá capacidade para 100 pessoas, 70 lugares sentados, com optimização de todas as condições de luminosidade, climatização (ar condicionado) e renovação de ar essenciais ao conforto dos utilizadores do espaço. Embora sendo de apoio ao edifício comunitário, a autonomia das instalações sanitárias e o facto de estarem ao nível do adro, permitirá que qualquer utilizador do espaço da Igreja – sobretudo pessoas idosas com mobilidade condicionada – possa usufruir delas livremente.

A obra permite ainda um ligeiro prolongamento do adro, com benefício de um pátio e escadas harmonizadas com corrimão de acesso ao parque de estacionamento. O arranjo, apurámos ainda, só é possível com a cedência de uma pequena porção de terreno pelo proprietário vizinho e tem como objectivo reforçar as condições de segurança, iluminação e harmonizar a envolvente da igreja. A ser assim – o que esperamos – Castanheira dá um bom exemplo de como se pode trabalhar em conjunto e alcançar soluções económicas que beneficiam toda a comunidade.

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