COM PREFÁCIO DE MÁRIO CLÁUDIO. NOVO LIVRO DE MANUEL TINOCO PRESTES A SAIR

Destaque

Chama-se “O menino está de volta” e marcará o retorno de Manuel Tinoco à prosa, após o seu anterior livro de poesia. Com lançamento previsto para o mês de Novembro, a obra é honrada com um prefácio de Mário Cláudio, intitulado “Cosmografia de Bolso”, que passamos a transcrever:

“Há relatos escritos que, de tão pessoais, se aproximam da autobiografia, não raro a substituindo com vantagem. Ao traçar todo um itinerário de vida, e suscitando a colaboração do leitor, este punhado de crónicas poderá ficar como paradigma da criação literária de cunho confessional.

Distribuído por três partes que remetem a uma égide de experiências do palato, “Iscas com Elas”, “Bolo do Tacho” e “Confeitos”, O Menino Está de Volta decalca o percurso de um jornalista que se quer, e com inteira legitimidade, artífice de um documento para memória futura. E a narrativa que empreende, ao inverter o sentido da comum peregrinação do protagonista, o qual nos habituámos a ver descido da ruralidade à urbanidade, inculca uma aventura que não deixará de fornecer pasto a indagações antropológicas. Pela mão de Manuel Tinoco passamos da Baixa lisboeta às serranias de Coura, não se confinando o voo das reminiscências a uma existência só, mas engastando na do autor outras gentes, outros lugares, e outras eras, convocados pelas energias do sangue genesíaco, ou pelos mecanismos da associação mental.

O conteúdo dos textos reunidos no presente volume transcende em muito a simples anotação testemunhal, elevando-se às estâncias do nomadismo circunscrito às fronteiras de um único país. E o que sobreleva do episódio bem-humorado, da nostálgica evocação, e da luta tenaz, guardemos ou não mundividências comuns, permanecerá como atestado de eficácia de reportagens deste teor, e dessa urgência da revisita do detalhe que constitui a matéria-prima do comunicador social.

Inscrito no nosso tempo com a frescura dos dias em que foi ascendendo à luz, este atlas de corpo e alma aparece agora para durar. E não se restringe ao croquis do simples perfil aquilo que Manuel Tinoco nos oferece nestas páginas, ampliando-se em vez disso ao desenho do rosto inteiro que connosco dialoga de frente, e de olhos nos olhos.”