COURENSES QUE TÊM HISTÓRIA: FERNANDO BRANDÃO, OS MILAGRES DAS MÃOS DE DEUS

25 de Março de 2019 | Albano Sousa

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Continuando a divulgação de courenses que têm história, o NC atravessou a rua e foi ao encontro de Fernando Manuel Amorim Brandão, casado, pai de 2 filhos, com 60 anos de idade e rosto principal da clínica de fisioterapia e recuperação existente na Rua 25 de Abril.

Depois de um percurso académico iniciado na cidade invicta, o Brandão prosseguiu os estudos nos Arcos de Valdevez, onde concluiu o ensino secundário. Mais tarde rumou a Lisboa, onde conseguiu a licenciatura em Fisioterapia. Corria então o ano de 1984.

Obtido o curso de fisioterapeuta, iniciou funções no hospital de Vila Nova de Cerveira e na Clipóvoa, onde chegou a cargos de chefia. “A ideia inicial era fixar-me no Porto, mas através do casamento acabei por radicar-me em Paredes de Coura, começando então a trabalhar em Cerveira”, explica à nossa reportagem.

Ainda a exercer funções naquelas unidades hospitalares, onde atendiam cerca de 300 pacientes por dia, de todo o Alto Minho, aproveitava o horário pós-laboral para atender pessoas na própria casa.

Foi perante a crescente procura dos serviços que decidiu instalar-se por contra própria, acabando por abandonar as funções hospitalares. Surge então a clínica de fisioterapia e recuperação Fernando Brandão, unidade de cuidados de saúde e reabilitação com mais de três décadas, ao serviço da população de Paredes de Coura.

Ao longo de uma carreira profissional de sucesso, são inúmeros os casos de êxito, alguns dos quais verdadeiros milagres. De entre as muitas estórias de vida profissional, relembrou, com um brilhozinho nos olhos, o caso de uma bebé, nascida prematuramente, com menos de 6 meses de gestação e que, graças a muito trabalho e dedicação, através de mobilizações e acompanhamento constante, conseguiu sobreviver, sendo hoje uma criança saudável. Este foi mesmo um verdadeiro milagre, num caso que a própria medicina dava como perdido.

Depois, existem outros casos de enorme sucesso. Pacientes vítimas de paralisias, alguns dos quais apenas mexiam os olhos. Nada mais. Hoje fazem uma vida normal, através do trabalho de reabilitação encetado.

Verdadeiro mãos-de-ouro, o Brandão adiantou que o segredo do sucesso está na dedicação dos profissionais, mas também na colaboração e força de vontade dos pacientes. “É muito diferente tratar uma lesão, muscular ou outro tipo de mazela, se compararmos com uma recuperação de paralisia. Enquanto que nas primeiras situações, as máquinas são fundamentais, na segunda, a reparação deve-se, e muito, ao trabalho efectuado pelos fisioterapeutas. Não podemos deixar os pacientes abandonados, um minuto que seja. Exige de nós um trabalho contínuo de mãos e, claro, muita colaboração e força de vontade do doente. Se não houver colaboração a recuperação torna-se praticamente impossível”, conta o nosso entrevistado.

Orgulhoso de uma carreira de sucesso, com mais de três décadas de actividade, Fernando Brandão, em momento algum se arrepende de apostar na terra natal, contando hoje com uma carteira de clientes muito próxima dos três mil pacientes e com uma equipa de profissionais com cinco fisioterapeutas, um fisiatra e um auxiliar.

Para lá de toda uma carreira profissional, foi ainda massagista do Formariz Atlético Clube e do Sporting Clube Courense, chegando a ser massagista dos dois clubes em simultâneo, uma vez que um jogava ao sábado e outro ao domingo, dando para conciliar. No Courense, exerceu funções durante 23 anos, entre 1980 e 2003, começando como massagista e transitando depois para fisioterapeuta, sendo mesmo o primeiro fisioterapeuta inscrito por um clube na AF de Viana do Castelo. Teve que abandonar funções face ao aumento exponencial de trabalho na clínica.

Destaque ainda para a vida autárquica, onde Fernando Brandão conseguiu conciliar a politica com a actividade profissional, desempenhando as funções de presidente da Junta de Freguesia de Linhares, durante um mandato, para lá de dois mandatos como deputado municipal.

Assim fica o registo do resumo da vida profissional de sucesso de mais uma figura incontornável da urbe courense, apelidado por muitos como o homem dos milagres.