“Chegou o Inverno, chegou a gripe e a multidão nos hospitais…”
Caros leitores,
Tal como habitual nesta época, escrevo este artigo com alguns espirros à mistura, ou não estivéssemos nós no Inverno e no auge do pico da gripe! Sim, e os profissionais de saúde, embora menos que a população em geral, também são afetados por este surto!
Efetivamente assistimos nesta época a um aumento notório da afluência de utentes aos serviços de saúde. Os serviços de urgência encontram-se apinhados de doentes, quem lá se dirige pode visualizar uma imensidão de macas por entre os seus corredores, constatando a agitação e maratona dos profissionais que lá trabalham e que tentam assegurar o melhor cuidado possível a estes doentes.
Por vezes não é fácil gerir e atuar nestas situações de congestionamento de serviços, o rácio de profissionais é escasso, os recursos materiais também e os familiares e doentes revoltam-se e não entendem que o enfermeiro apenas tenta atuar gerindo os meios disponíveis para tentar assegurar um cuidado com a máxima qualidade possível.
Com efeito, quanto melhor preparadas estiverem as instituições de saúde em termos comunitários, de serviços de saúde e população em geral para fazer face à gripe sazonal, menor será o impacto de um eventual surto de gripe.
Neste contexto, as epidemias de gripe sazonal estão assim associadas a uma sobrecarga dos serviços de saúde com aumento do recurso aos serviços de urgência e de admissões hospitalares, sobretudo nos grupos de risco, por complicações associadas, como é o caso das pneumonias ocorrendo, principalmente no grupo etário de 65 e mais anos, com ainda maior expressão nos indivíduos de idade igual ou superior a 75 anos.
Assim, houve necessidade de serem desenvolvidos os designados planos de contingência locais cuja finalidade é promover a preparação dos serviços de saúde para a época gripal, assegurando o funcionamento das unidades de saúde tendo em conta a procura dos mesmos. A experiência da época gripal anterior demonstrou a importância da preparação e execução de um plano de contingência sobretudo porque a vacinação não produziu o efeito desejado devido à emergência de algumas estirpes em circulação não contempladas na vacina da gripe.
Neste sentido, não se esqueça de alguns princípios fundamentais antes de recorrer aos serviços de urgência nesta época, de forma a evitar o caos nestes serviços e a evitar uma possível transmissão de infeções. Assim sendo, não se esqueça de realizar uma alimentação adequada ao tempo frio, pois durante esta época o corpo necessita de uma maior quantidade de energia que é conseguida através de uma alimentação saudável que reforce o sistema imunológico e por tal, deve ingerir as frutas típicas de inverno, que são ricas em vitamina C. Ingira dos frutos coloridos (laranja, limão, kiwi…), abuse das sopas ricas em legumes, das bebidas quentes e das oleaginosas como as castanhas, as nozes e as amêndoas.
Também o vestuário adequado ao frio e à chuva é um aspeto crucial, pois contribui para o equilíbrio térmico. Use várias camadas de roupas mais ligeira em vez de uma só peça mais grossa, use meias quentes e permeáveis e calçado isolante e impermeável que facilite o arejamento interno e limite a perda de calor.
A etiqueta respiratória revela se também aspeto importante na prevenção da gripe, pois a transmissão através de gotículas ocorre quando existe contacto adequado entre as membranas do nariz, boca, com uma grande quantidade de partículas de gotículas. Assim, é fundamental cobrir a boca ou nariz com lenço sempre que espirrar ou tossir e lavar ou desinfetar frequentemente as mãos.
Em resumo, não se esqueça de prevenir para a gripe não adquirir!