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DECADÊNCIA DE TANQUES E FONTANÁRIOS

23 de Março de 2020 | Albano Sousa
DECADÊNCIA DE TANQUES E FONTANÁRIOS
Destaque

No momento em que a discussão gira em torno dos preços exorbitantes estampados na factura da água lá de casa, será oportuno debruçar-nos sobre os tanques e fontanários, espalhados um pouco por toda a freguesia, alguns dos quais em avançado estado de degradação, na sequência da nula utilização.

Se recuarmos umas décadas no calendário, a rede de abastecimento de água ainda não tinha chegado ao nosso burgo. Logo, as famílias ou possuíam furos próprios ou recorriam, na maioria dos casos, aos fontanários públicos, levando para casa o precioso líquido em canecos produzidos para o efeito. Sem água em casa, a utilização do tanque público era obrigatória, não só para colocar a conversa em dia, mas também, e essencialmente, para a lavagem da roupa. Daí a obrigatoriedade de proliferarem pelos diversos lugares tanques para dar capacidade de resposta às donas de casa.

Com o evoluir dos tempos, dá-se a chegada da água a nossas casas, através de rede de abastecimento público. Com a entrada deste precioso líquido porta dentro, começam também a chegar as máquinas de lavar roupa. A frequência aos tanques começa a decair vertiginosamente e, hoje em dia, é praticamente nula a utilização dos mesmos, a ponto de muitos deles se encontrarem já em avançado estado de degradação.

Ora, convém recordar que na década 60 do século passado, a autarquia de então, longe da capacidade financeira dos dias de hoje, efectuou um enorme investimento, ao edificar uma série de fontanários e tanques pela freguesia, procurando dar resposta às necessidades da população, não deixando nenhum lugar sem tanque ou fonte pública.

Toda a gente recorda a obra edificada e ainda visível, nomeadamente no Lugar do Covêlo, onde foram construídos dois tanques com excelentes condições e comodidade, conforme a foto documenta, e onde, mesmo em condições climatéricas adversas, as donas de casa podiam executar as tarefas de lavagem da roupa.

Com a alteração dos hábitos da população e com o abandono, praticamente total, destes espaços, começa a ser evidente a degradação de muitos fontanários e tanques, o que se lamenta, até porque na época representou um forte investimento do erário público, que importava manter e preservar e, quiçá, merecer outra atenção das nossas gentes, até para reduzir o raio dos custos trazidos pela factura que mensalmente nos chega à caixa do correio.

BOA PÁSCOA

Apesar da pandemia que, no momento, aflige o mundo, e que reduz o ser humano à sua verdadeira insignificância, o calendário não pára e, com o avançar dos dias, estamos perto do dia de Páscoa.

Longe da azáfama de outros tempos, sem celebrações litúrgicas e sem visita pascal, tão tradicional nas nossas aldeias, num quadro nunca antes visto, importa, nesta altura, centrarmos todas as nossas forças na luta contra este flagelo que atinge a humanidade, numa guerra que todos queremos vencer.

Num cenário triste e melancólico, em momento crucial da nossa existência, desejo a todos os leitores do NC, colaboradores e anunciantes, uma Boa Páscoa, dentro das possibilidades que nos forem apresentadas, mas sempre com o espirito de conquista e com a convicção de que, no próximo ano, a Páscoa volte a ser vivida com paz, saúde e harmonia entre todos, e com a força necessária para acompanhar o compasso pascal na visita aos lares dos nossos parentes e amigos. Haja esperança.

 

 

 

 

 

 

 

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