Janeiro de 2018. Encontramo-nos no início do ano, ainda com um gostinho a festas e a comemorações. No rescaldo do que foi realmente o ano de 2017 para mim, para si, para todos os portugueses. Estou um pouco confusa. Talvez por ainda não ter percebido como será este ano que se iniciou há meia dúzia de dias.
E você, caro leitor, o que espera de 2018? Eu espero saúde! Saúde para superar o que possa estar para vir. Seja algo bom ou mau. É sempre um bom princípio! Não acha? Vejamos então um dos possíveis panoramas para este ano.
Em termos políticos não me é perceptível o lado para o qual irá tender. Será este um ano activo, ou um ano passivo? 2018 é um ano de pré-campanha eleitoral. Pré-campanha porque para 2019 estão agendadas as eleições Europeias e Legislativas. As primeiras em Maio e as segundas em Setembro ou Outubro. O que nos reserva então 2018? Talvez acção, com os políticos em disputa para convencer-nos que são merecedores do nosso voto. Sendo que neste ponto as maiorias serão sempre mais visadas. Os desempregados, ou talvez não, visto a taxa de desemprego estar a diminuir. Os professores, ou talvez não, visto que os sindicatos estão menos activos ou mais satisfeitos. Ainda não percebi muito bem esta situação. Os funcionários públicos, ou talvez não, visto o orçamento prever já algumas das suas reivindicações. Sem esquecer os feriados repostos e as pontes tão apreciadas. E as greves, ou talvez não! Os reformados, ou talvez não, porque estes já estão cansados de promessas mal ou nada cumpridas. As crianças não entram nestas andanças simplesmente porque não votam.
Afinal quem serão os visados desta vez? Sinceramente, caro leitor, como contribuinte não encaixada em nenhum dos perfis anteriores e ciente de não pertencer a nenhuma maioria, não espero grandes mudanças de atitude em relação aos meus anseios. Afinal de contas, não passo de uma trabalhadora do povo, ou “do privado” como é sobejamente denominado. Pertenço ao grupo daqueles que simplesmente não fazem greve porque se o fizessem, só prejudicariam os clientes e a entidade patronal para a qual trabalham. Alguém mais notaria? Não, acho que não!
Voltando ao assunto inicial. O que esperar das propostas políticas que se vão multiplicar a partir da segunda metade deste ano?
No meu caso, espero por condições de igualdade para todos os contribuintes no plano nacional e por uma maior e verdadeira coesão no plano europeu.
Quando falo em igualdade para com todos os contribuintes no plano nacional aponto por exemplo à igualdade no preço a pagar para aceder aos nossos direitos. A todos mas sobretudo à saúde e independentemente do sítio onde vivemos.
O facto de eu viver no mundo rural traz-me vantagens em muitos aspectos. Mas na última década retirou-me ou limitou-me o acesso a alguns dos meus direitos. Fruto de decisões tomadas com base em números matemáticos. Estatísticas! Os políticos locais lutam para contrariar estas decisões. Mas até quando conseguirão eles impedir o enceramento dos serviços que tanta falta nos fazem? Até quando? Por outro lado, essa matemática não é aplicada na diminuição das contribuições que me são colectadas. Afinal, gastamos mais para ter acesso rápido à saúde durante a noite. Gastamos mais para dar assistência aos nossos familiares hospitalizados. Exemplos entre muitos outros.
Apelo a que a justiça seja feita em relação aos territórios de baixa densidade. E que estes deixem de serem apenas valorizados em frases fechadas em documentos. E por exemplo, que muito mais se faça por quem cuida da paisagem e dos “pulmões” para as cidades.
O certo, caros leitores, é que os grupos que vivem no mundo rural não se enquadram nas maiorias de eleitores a convencer. Nem no plano nacional e muito menos no plano europeu. Mas não serão esses pequenos grupos importantes para os milhares que vivem nas cidades? Não são eles que tratam das florestas, da paisagem e do ambiente enquanto outros usufruem do oxigénio e da purificação do ar resultante dessas ações? Para não falar em sumidouros de carbono. Principalmente quando a poluição produzida pelas urbes tem contribuído para potenciar as catástrofes resultantes das alterações climáticas.
É legítimo, a meu ver, que sejam dadas mais e melhores condições de vida a todos aqueles que cuidam da paisagem, da floresta e do ambiente. Os guardiães do nosso bem mais precioso.
Que lhes sejam atribuídas as condições necessárias para continuar a cuidar do que é de todos. Porque eu acredito que a falta dessas condições somada ao preço que paga em busca das mesmas, escasseiam-lhes os meios para proteger o nosso bem mais precioso. A Mãe Natureza!