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FUTEBOLISTAS COURENSES DE OUTROS TEMPOS

24 de Setembro de 2019 | Henrique Reis
FUTEBOLISTAS COURENSES DE OUTROS TEMPOS
Geral

Era eu um jovem que acompanhava o meu pai enquanto Director do Sporting Clube Courense à época para tudo quanto era lado e já o Geninho Planta, alcunha amigável pela qual era conhecido, saída do nome do seu pai, o saudoso Armando Planta, era um dos habituais atletas que faziam parte da equipa sénior do clube.

O Eugénio, sempre calmo e ponderado dentro e fora do terreno de jogo, tinha técnica apurada, demonstrava inteligência no seu jogo a meio-campo, sem ser rápido a executar, era célere a pensar e colocava a bola jogável para os seus colegas.

Tinha com ele uma característica técnica que o diferenciava dos restantes.

Gostava de utilizar com alguma regularidade o toque de calcanhar, principalmente com o pé direito, e não é que acertava muitas vezes… normalmente, a equipa não retirava grande proveito deste seu gesto técnico, porque, não raras vezes, a bola sobrava para a equipa adversária, mas que era bonito de se ver, lá isso era!… E eu ainda retenho essa imagem no meu imaginário de jovem que já pensava em imitar o mesmo.

O Eugénio era um médio que batia bem cantos e livres directos ou indirectos. Conseguia, de quando em vez, obter bonitos golos ao serviço do seu clube de sempre, o Sporting Clube Courense.

Foi contemporâneo de grandes referências do clube – Nequinhas, Romeu Vieira, Reinaldo Figueiredo, Pereira Júnior, Zé Costa, Dá Silva, Adriano Barreiro, Lucas, Zé Felino, Mocho, entre tantos e tantos outros que seria fastidioso estar a enumerá-los todos.

Nascido na vila de Paredes de Coura, filho do conhecido Armando Planta e da Miquinhas, irmão da Filomena Lopes Ribeiro, foi viver para Formariz depois de casar com Emília Pereira, pais da Sílvia e da Joana Ribeiro Pereira.

Ainda a viver em Formariz, podemos observar com regularidade no dia-a-dia o Eugénio pelas artérias da nossa vila, em convivência salutar e saudável com todos os seus conterrâneos.

Estou certo de que, por vezes, recordará com saudosismo os seus toques de calcanhar e o fino recorte técnico com que sempre pautou o seu jogo de imaginário mais tecnicista em detrimento do físico.

Aproveito de novo esta oportunidade para lembrar a quem de direito o quão bonito seria ver o Eugénio e tantos outros da mesma geração e de gerações mais antigas e mais recentes, a entrarem no Campo de Jogos do S. C. Courense para uma “partidinha” animada de saudosismo e uma “jantarada” no final a recordar os tempos de antanho em que tudo era tão diferente do que acontece nos dias de hoje.

 

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