Gado à solta, o gado vadio, como lhe chamam as pessoas que têm sofrido na pele as consequências desta verdadeira praga. O NC, ao longo dos últimos anos, tem feito eco de alguns casos que retratam o sobressalto em que vive alguma população que vê as suas culturas serem destruídas pelos bovinos e também pelos cavalos que se passeiam por montes e vales, abandonados pelos seus donos à fome e às invernosas jornadas em busca de alimentação.
Em Cossourado, no último trimestre do ano que ora se finou, vários foram os casos de destruição de culturas agrícolas, da responsabilidade do gado que anda à solta nos montes. Responsabilidade essa que na hora de apurar os verdadeiros “responsáveis” pelos prejuízos, ninguém assume. E quem fica a perder são agricultores como José Queirós Rodrigues, 79 anos, do Lugar da Costa, da mencionada freguesia de Cossourado.
Como se não chegasse os prejuízos causados pelos ataques dos lobos e dos javalis, também o gado vadio insiste em depauperar as bolsas dos nossos conterrâneos que se dedicam à agricultura de subsistência. Neste caso de Cossourado, os cavalos que investiram na propriedade de José Queirós, destruíram-lhe a colheita. “Isto é um martírio, o gado bravo não nos deixa sossegados”, desabafa o courense visivelmente abatido com a situação. “Este ano colhi menos de metade do que costumava colher; não sei o que vai ser da minha vida”, desabafa ainda.
Histórias como estas ouvem-se por todo concelho, principalmente, nas freguesias de Vascões e Bico, e, por causa disso, há mesmo quem defenda que a destruição de cultivos explica o aparecimento de animais mortos a tiro ou envenenados.