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IGUALDADE DE GÉNERO EM LUME BRANDO  

19 de Junho de 2018 | Helena Ramos Fernandes
IGUALDADE DE GÉNERO EM LUME BRANDO   
Opinião

 

A igualdade de género continua a ser uma preocupação na sociedade atual. Será esta constatação de saudar? Talvez seja. Mas esperemos que num futuro próximo esta deixe de ser uma preocupação a resolver. E esperemos que se resolve de uma vez por todas! Assim desejo eu. E você cara leitora?

A democracia e a liberdade conquistada ao longo da história, foram derrubando murros com diferentes resistências. Em muitos cenários foram se ‘cozinhando’ estratégias certeiras e capazes de mudar o rumo dos acontecimentos. No entanto, a luta pela igualdade de género manteve-se e ainda se mantém em lume brando. As bandeiras são erguidas, as palavras escritas, mas na ação pouco se altera. A prova disto está bem patente na constante prioridade que o tema continua a ter nas diretrizes internacionais e nacionais. Principalmente no mundo do ‘fato e gravata’. A escolha no feminino ainda é muito orquestrada em função do mundo no masculino.

Este tema continua a ser balizado por números a cumprir. Por prémios de boas práticas. Ou simplesmente, quando todo o resto não é suficiente, por obrigações legais. Temos como exemplo disso a Lei da Paridade. Uma lei que todos conhecem das lutas eleitorais. Quando toca a fazer listas candidatas. A frase de praxe muitas vezes ouvida é “quem será a número três?”.

São inúmeras as ações de sensibilizações efetuadas para aclamar o direito à igualdade para ambos os sexos. Em relação a eficácia deste tipo de ação as conclusões teimam em pouco aparecer. No entanto, em uma ou outra situação, já é notório o progresso rumo a igualdade. Na família, por exemplo, a unidade mais importante da sociedade, ela já se vislumbra com alguma repercussão nas gerações mais novas. Na divisão das tarefas domésticas e das responsabilidades na gestão e no orçamento familiar esta igualdade já não parece ser preocupante.

Por outro lado, quando a situação engloba poder, capital ou glória, esta igualdade tão aclamada, é disfarçadamente mantida fechada na frase “igualdade de género”.

A agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, iniciativa das Nações Unidas tem (ou continua a ter) como um dos seus objetivos a igualdade de género. Muito bem. As mulheres ficam satisfeitas e os homens talvez também! Num dos lados fica a esperança de atenuar a resistência a igualdade de género. No outro lado fica (ou talvez não) a relutância em abrir alas. Esta é a minha opinião. Como mulher, como cidadã ativa, como mãe de família, como individuo de uma sociedade portuguesa que vive ainda muito de aparência.

Como representante feminino de uma das organizações filiadas na CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, a Vessadas, integrei recentemente o Conselho das mulheres agricultoras. Esta estrutura foi criada pela CAP com o objetivo a discutir temas relacionados com questões de gênero bem como decidir sobre a representação das mulheres agricultoras a nível nacional, comunitário e internacional. Serei uma das representantes do Minho e espero estar a altura da mulher minhota. Das agricultoras do Alto Minho. Tentarei dar um pouco mais de lume ao tema.

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