Sempre que exercemos o nosso direito de voto optando por um dos partidos num acto eleitoral, o respectivo partido ganha dinheiro. Logo, além de escolhermos aqueles que consideramos serem a melhor opção de voto, tornamo-nos seus patrocinadores.
Será que isso quer dizer que pagamos para que nos convençam a votar neles? Um pensamento talvez um pouco promíscuo. Uma informação que quando mal processada causa raiva ou desdém.
Sempre soube que sozinha era o elemento mais pequeno e insignificante da pirâmide democrática. De facto, todos nós, caros leitores, quando estamos sozinhos, somos imensamente pequenos. Sozinhos, não temos nenhum poder de decisão, e não passamos de peões a converter. Outro pensamento promiscuo. No entanto, talvez, uma triste realidade!
Nos tempos que correm, em que o poder e o dinheiro são quem mais ordenam, sozinhos, não passamos de alvos a serem conduzidos, reconduzidos, ou simplesmente anulados. E isto para não utilizar palavras mais fortes.
Não chegava sermos nós, os cidadãos activos deste país, os principais responsáveis pelo aparecimento do dinheiro que financia a gestão do nosso Portugal. Sim! Porque todos os meses entregamos parte do nosso ordenado, resultante do nosso trabalho e suor, para encherem os cofres do nosso governo. Sem esquecer os afamados cofre da Europa.
Somos nós, activos e passivos, que pagam mais do que aquilo que consomem. Pagam impostos indirectos em todos, ou quase todos, os produtos e serviços que adquirem.
Afinal, juntos somos muito. Juntos somos tudo. Juntos, somos imensamente poderosos. Juntos, formamos a base da pirâmide democrática. Juntos, escolhemos quem queremos para governar o que é de todos e para todos. Juntos, enchemos os cofres dos partidos de quem colocamos no poder, mesmo que estes possam já não servir, no nosso entender, no próximo acto eleitoral.
Juntos, enchemos os bolsos de alguns governantes mais bem-sucedidos do que outros. Afinal, é o que nos é transmitido, a toda a hora, pela via da comunicação social.
A verdade é que nem todos os políticos são corruptos. Por vezes questiono-me sobre que tipo de resistência e protecção terão aqueles que não se deixam corromper. Questiono-me, porque é uma maneira de falar.
Não aponto o dedo àqueles que possam cometer erros, ou encurtar caminhos, mas sem nunca o fazer em seu próprio benefício. Apesar de errado, quando justificado, é perdoável.
Agora àqueles, que por obra do inexplicável, enriquecem enquanto gerem o dinheiro que é de todos – mesmo que justificado – aponto o meu dedo.
Não aceito que me usem em prol de um benefício próprio. E você, caro leitor? Aceita esse tipo de comportamento da classe política? Não somos nada, mas juntos somos tudo.
E os políticos, caros leitores? Quando estão no alto da pirâmide são tudo, assim pensam alguns. Mas quando estão juntos, e tendo em conta o funcionamento das estruturas políticas, não passam de nada à procura de tudo.