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KALHAMBEKE TRAVADO PELA PANDEMIA

21 de Julho de 2020 | Daniela Vieira
KALHAMBEKE TRAVADO PELA PANDEMIA
Destaque

Atualmente a maioria das notícias está, indubitavelmente, ligada à pandemia deste ano bissexto.

E como alto-minhotos que somos, sentimo-nos perdidos no tempo, geralmente marcado pelas celebrações e festividades, este ano canceladas. É um ano diferente, em que sentiremos falta das nossas festas e romarias, da luz e da animação, da folia e da música. Sentiremos saudades das procissões, das bandas de música, dos bailes pela noite dentro… E ao pensarmos nos bailes, todos os formaricenses se lembram, certamente, do grupo de baile da nossa terra.

 

No ano 1998, um pequeno grupo de adolescentes do Lugar do Burgo, o David, o Nuno, a Felicidade, começaram, em brincadeira, com um grupo de animação que atuava nas pequenas festas da freguesia, nomeadamente nas festinhas da catequese. Nessa época inicial, valeu o apoio do Sr. João, que morava ao lado da capela de S. Sebastião, que emprestava as colunas para que o som fosse amplificado. E de um entretenimento dos jovens do lugar, que foi amadurecendo ao longo de dois anos e deu origem à sua oficialização no ano 2000, com o patrocínio de Joaquim Barros, nasceu um grupo de baile e entretenimento, hoje em dia sobejamente conhecido por todos: o Kalhambeke.

Nos primeiros anos, as atuações eram fundamentalmente nas festas do concelho e das redondezas. No entanto, a participação na maior festa estudantil bracarense, o Enterro da Gata, deu um grande impulso à banda que começou a ter convites para todo o país e estrangeiro. O crescimento foi contínuo, o que permitiu que o Kalhambeke tenha, atualmente, um investimento em equipamento de luz e som, de elevados padrões de qualidade. Tornou-se uma empresa com vários trabalhadores dependentes, contando com diversos músicos, bailarinas e técnicos oriundos de várias localidades do país.  Tornou-se um grupo de referência na maioria das festas do nosso concelho e um dos grupos mais conceituados a nível nacional na dinamização de festas, bailes e romarias.

Esta história é orgulhosamente contada pelo Nuno Pacheco Alves, elemento que faz parte do grupo desde o primeiro dia e da qual é, há alguns anos, co-proprietário. Passado precisamente 20 anos de existência, e que seriam sobejamente celebrados, também o Kalhambeke viu o seu percurso afetado pela atual pandemia. Todas os agendamentos foram cancelados e, segundo o que nos disse o Nuno, não há grandes perspetivas de retoma neste ano civil. Felizmente a situação da banda é estável, o que lhes permitirá aguentar esta fase, na expetativa de que o próximo ano traga uma nova lufada de vida a esta atividade. Para este ano, a banda tinha prevista a sua presença nas maiores festas do concelho e arredores.

Curiosamente, na conversa, o Nuno refere que, mais difícil que não haver atividade, este ano, do Kalhambeke, é não haver a “nossa” festa do Livramento, romaria onde iriam também atuar. Sabemos que esta é uma festa especial para o Nuno: é da nossa terra, é em data perto do seu aniversário de nascimento, e era o sonho do seu pai, o Nunilo da Covinha, que o grupo atuasse nesta romaria tão importante para nós (a primeira atuação do Kalhambeke no sábado à noite do Livramento foi precisa e curiosamente no ano da partida de Nunilo; a partir daí, tem sido uma banda de referência nas diversas festas da freguesia).

O grupo continua o seu trabalho de preparação para dias mais felizes que, certamente, aí virão. O seu berço continua a ser, carinhosamente, no Lugar da Covinha, lugar para onde o próprio Nuno, depois de ter estado radicado durante 15 anos no concelho de Braga, regressou em tempos de Covid e onde pretende permanecer.

Ao Nuno desejamos um feliz regresso à nossa terra e ao Kalahmbeke desejamos que rapidamente possa retomar a sua atividade, considerando que estamos todos ansiosos por uma bela noite de alegria.

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