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Não se despreza um direito só por vontade ou por falta dela

27 de Fevereiro de 2024 | Gorete Rodrigues
Não se despreza um direito só por vontade ou por falta dela
Opinião

Tal como todos sabem, no próximo dia 10 de Março temos eleições legislativas. Esta realidade advém de uma situação atípica que antecipou em 2 anos o acto eleitoral que decide os membros que constituirão a Assembleia da República para a 16ª Legislatura da Terceira República Portuguesa.

E cabe-nos a nós, eleitores, escolher os partidos políticos que constituirão essa assembleia, determinando assim a composição do Governo e a direcção política do país. O partido ou coligação que ganha a maioria dos assentos forma o Governo após o Presidente da República convidar o primeiro-ministro escolhido.

O propósito de chegar a este tema assenta na transmissão da necessidade de darmos uso ao poder que temos na nossa sociedade. Deste modo, como já dizia Albert Einstein, “A abstenção não é uma forma de protesto, mas uma forma de rendição”, logo espero que nestas eleições o silêncio não seja a opção. Enquanto cidadãos responsáveis e privilegiados, somos chamados a participar activamente neste processo democrático exercendo o nosso direito ao voto.

Apesar de nas últimas Legislativas a percentagem de abstenção ter baixado, é sempre necessária esta consciencialização, em prol de uma maior representatividade.

Não adianta pregar por mudanças quando em nada ajudamos para a sua realização. Se estão descontentes com a forma como temos sido encaminhados, ou até mesmo se acreditam que algo pode mudar, aconselho-vos a levantar o rabinho no dia 10 de Março e a dirigirem-se à Junta de Freguesia a que estão associados. E assim colocar a cruzinha no quadradinho que melhor vos convier, e na dúvida, naquele que acreditam ter o necessário para melhorar o que consideram não estar bem, mal definido ou que não se aplica na vossa realidade.

Acho que são motivos mais que suficientes, lutar por algo que nos traga mais do que uma luz no fundo do túnel. Sobretudo quando nos deparamos com as inúmeras crises na saúde, na segurança, na agricultura, na habitação, na educação, no emprego qualificado e digno. Não digo que a escolha de uma assembleia competente vá dizimar todos esses problemas, mas pode pelo menos atenuar os seus efeitos negativos nas nossas vidas. e nesta luta cada voto conta, cada voto marca um ponto no caminho certo. A abstenção apenas enfraquece a voz colectiva e compromete a integridade de todo o processo democrático.

Não votar é essencialmente ceder parte do nosso poder de influência a outros, o que por sua vez compromete a tomada de decisões importantes que terão implicações no nosso dia-a-dia e no nosso futuro. Não custa nada dar uma vista de olhos às propostas de cada partido/coligação, aquilo que eles defendem, as soluções que apresentam. E não apenas ver debates, onde as acusações reinam, mesmo que alguns comentadores sejam agradavelmente competentes, ou até mesmo engraçados. É a nossa democracia que está em conta. E isso não é nenhuma brincadeira, muito menos um campeonato. Trata-se sobretudo da nossa vida futura.

Renunciar ao poder de escolha é desprezar o sacrifício que os nossos antepassados tiveram para ganhar e garantir este direito ao voto. Devemos honrar aqueles que ao longo do tempo defenderam a democracia consciencializando-nos da importância que este feito possui e que temos o privilégio de ter.

Portanto, não podemos dar-nos ao luxo de ficar em silêncio nestas e em todas as eleições. Devemos levantar as nossas vozes, expressar as nossas preocupações e aspirações. O Nosso voto é a nossa voz, e é nestas horas que mais somos ouvidos. Votar não é apenas um direito, é um dever cívico e uma oportunidade de moldar o futuro que queremos para Portugal, para nós e para as gerações futuras.

 

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