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Portugal está doente

21 de Novembro de 2023 | Helena Ramos Fernandes
Portugal está doente
Opinião

Portugal está doente, caro leitor, com lesões provocados por descuido e insensatezes, ou por um fumo sem fogo, vindos não se percebe bem de onde. A informação é parca e confusa. Num dado momento temos criminosos, num outro já não temos. E estes, por obra de não se sabe bem o quê, passam num piscar de olho de arguidos a vítimas.

Em simultâneo, temos tempestades atrás de tempestades, cada uma com o seu nome. E chuva que teima em persistir provocando danos um pouco por todo o país. Apela-se ao São Pedro por alguma moderação. No entanto, São Bento é, de um dia para o outro, fulminado por uma queda de pedregulhos provocados por ventos vindos do lado do Ministério.

No meio desta confusão quão climática quanto litúrgica, demitem-se governantes apenas com base em troca de nomes e suspeitas, as quais muitos apontam como infundadas. São-nos apresentadas, através dos media, acusações específicas com alvos identificados, que rapidamente são reformuladas por supostamente terem sido mal sustentadas ou fundamentadas.  Prendem-se e soltam-se prisioneiros, como se de um vento se tratasse. Ou bem que sopra para um lado, ou bem que para o outro.

Com tanta coisa a acontecer no plano político nacional, somos surpreendidos com a queda de um governo de maioria, que para uns significava estabilidade. Sobretudo numa altura que se avizinha bem difícil para os portugueses e não só. Por um lado, pelas consequências das guerras, que matam mais inocentes do que resolvem desentendimentos e disputas territoriais. Por outro, pela crise económica resultante dessas tragédias, com a inflação e a precariedade salarial face aos aumentos sucessivos das despesas. Tudo isto envolto nas alterações climáticas e suas consequências desastrosas para todos. Com ou sem estabilidade, as maiorias abrem muitas portas, mas também fecham outras, e algumas a sete chaves. As maiorias parecem ser, para alguns, o enquadramento perfeito para a obtenção de vistos, mas não Gold, para a cadeia.

No entanto, caro leitor, apresentam-se sempre algumas soluções. Para bem do país, e pela mão do Presidente da República, os supostos inocentes, ou candidatos a arguidos, vão continuar a governar o que é de todos até Março. O importante agora é garantir um orçamento aprovado. Mas agora sem IUC, vá lá saber-se porquê, ou todos saberão porquê, até mesmo aqueles que juravam a pés juntos que esta medida era estritamente necessária para bem do ambiente. Mas o ambiente, caro leitor, este agora pode esperar, os votos é que não, porque estão aí à porta, e os portugueses é que devem ser bem tratados nessas alturas. Será que as lutas dos Professores e dos Médicos têm um fim a vista? Até seria bom para eles e também para nós.

Por fim e para ser mais precisa na minha opinião inicial, Portugal já estava doente, tendo em contas as sucessivas recaídas. E para piorar, perdeu o Médico de Família, bom ou mal, dependendo dos pontos de vista, que lhe tinha sido atribuído pela maioria dos portugueses. E como o nosso afamado Serviço Nacional de Saúde também não se encontra nos seus melhores dias, por culpa de sabe-se lá quem, e tendo em conta a recorrência no aparecimento de certos sintomas, às vezes em envelopes outras em caixas de vinho ou em cofres, o nosso país corre mesmo o risco de passar a doente crónico. Por isso, caro leitor, médico competente e idóneo precisa-se, e já agora, bem pago para não ser aliciado por um qualquer sintoma fútil e camuflado.

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