O primeiro aniversário do segundo mandato de Vítor Paulo Pereira à frente da Câmara Municipal de Paredes de Coura assinalou-se no passado dia 12 de Outubro. Precisamente um dia depois do anúncio da abertura do concurso público para a empreitada da ligação da A3 ao Parque Empresarial de Formariz, uma das promessas de campanha. Mas o balanço de um ano de trabalho (ou cinco anos se formos mais precisos) não se fica por apenas uma vitória. Nem pode deixar de fora todo o trabalho que ainda falta, e que pretende, fazer.
É com visível satisfação que Vítor Paulo Pereira, presidente do Município de Paredes de Coura, recebe o Notícias de Coura para uma entrevista de balanço do primeiro ano do seu segundo mandato. No ar ainda pairam os ecos da visita de António Costa e o anúncio formal da abertura do concurso para a ligação à A3 e por isso o assunto domina o início da conversa. Mas o autarca faz questão de esclarecer que “apesar de existir expectativa, as coisas acabaram por acontecer mais depressa que o esperado”. E só aconteceram mais depressa porque, explica, “as pessoas não imaginam, mas fizemos um trabalho enorme, que exigiu muito empenho e sacrifício, para finalizar o projecto”. Um projecto que, realça, “tem uma série de condicionantes, quer técnicas, quer ambientais, que exigem muito da gestão da Câmara, mas que conseguimos ultrapassar”.
O futuro promete uma estrada que, garante Vítor Paulo Pereira, “vai ficar como uma porta aberta para um conjunto de possibilidades, diria até para o infinito”. E, de certa forma respondendo a críticas que dizem que esta ligação do Parque Empresarial de Formariz à A3 não é a melhor solução para Paredes de Coura, o autarca esclarece que, no contexto actual, que não é o mesmo de há 20 anos, “o acesso a Paredes de Coura só podia ser um acesso ao parque empresarial e teria obrigatoriamente de ser o acesso mais curto, necessariamente Formariz”.
“Acaba por ser uma vitória da persistência e penso que contribuirá para o orgulho e a afirmação de Paredes de Coura”, considera, acrescentando que “apesar de ser um objectivo nunca foi uma obsessão”. “É um prémio justo para quem trabalha muito”, acrescentou, repetindo o que já tinha dito aquando da visita de António Costa. “Existe estrada, porque existe criação de riqueza, porque existem empresários corajosos e trabalhadores muito bons. A maior parte das pessoas não imagina o esforço, teimosia e paciência, que significou este passo”, remata.
Um trabalho que, vinca Vítor Paulo Pereira, não é de apenas um ano. “O trabalho que fizemos no anterior mandato acaba por se reflectir naquilo que estamos a fazer hoje e o trabalho que estamos a fazer hoje será determinante para o futuro”. Ou seja, concretiza, “a estrada pode ajudar a consolidar a captação de investimento que estamos a fazer e ajudar a captar outros investimentos que são mais difíceis”, nomeadamente no relacionamento com a Galiza que “do ponto de vista económico e industrial é importante”. Aliás, a autarquia courense está apostada em capitalizar a nova via de ligação como atractivo para trazer para Paredes de Coura algumas empresas de base tecnológica que poderão optar pelo nosso território em detrimento da Galiza para se instalarem.
Turismo e comunicações
Um outro aspecto em que a nova ligação poderá ser decisiva diz respeito ao turismo. “Será determinante no planeamento e na implementação de futuros projectos turísticos”, explica ainda o autarca, lembrando que “do ponto de vista turístico, a inexistência da estrada criava-nos graves dificuldades”. “Fomos contactados por vários grupos turísticos, mas a estrada acabava por nos criar dificuldades e acabava por determinar o insucesso da captação de projectos turísticos”, conta Vítor Paulo Pereira.
E por falar em turismo, uma outra questão que tem atravessado mandatos autárquicos é a que se prende com o antigo sanatório. Um assunto que, explica Vítor Paulo Pereira, também, está a caminhar para um desenlace positivo. “A hasta pública realiza-se agora no início de Novembro e já há interessados com projectos turísticos”, adianta o responsável do município. “Trabalhamos muito, fomos entre 15 a 20 vezes a Lisboa só para resolver este assunto junto da Direcção Geral do Tesouro e Finanças”, conta, revelando que a autarquia tem contactado operadores turísticos para que compareçam à hasta pública e que “está a apoiar todos os investidores”. “O resto não depende de nós”, acrescenta.
Já noutro aspecto, o das comunicações, a Câmara Municipal poderá ter um papel mais activo a desempenhar a breve prazo. Isto porque o município está a estudar um programa que irá, de certa forma, revolucionar o acesso à Internet no concelho, já que a fraca cobertura tem motivado bastantes queixas. “As pessoas queixam-se e com razão. As estradas municipais são importantes, mas numa sociedade tecnológica e digital, ter acesso à Internet em boas condições também é”, diz Vítor Paulo Pereira. “Brevemente vão ter novidades positivas”, adianta o edil, que diz querer que a fibra óptica chegue ao interior de muitos lugares. “Aí vamos ter um salto qualitativo e substancial e uma maior expansão e democratização do acesso à Internet”, conclui.