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Prosperidade para todos

17 de Dezembro de 2019 | Helena Ramos Fernandes
Prosperidade para todos
Geral

É quase Natal! O dia em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo. A história e a Bíblia Sagrada descrevem-no com diferentes interpretações, mas o que realmente interessa para mim é o seu significado hoje. E na actualidade é uma festa de e em família, onde está incluída a amizade, recordando a célebre frase da poetisa Florbela Espanca, “a amizade é o maior sentimento que não morre”.

Nesta época trocam-se presentes e sentimentos. O meu desejo este ano é prosperidade para todos. Em todos os sentidos, mas em particular prosperidade emocional. E prosperidade na saúde, na família, no trabalho e no lazer.

Desejo a todos muitos êxitos e os maiores sucessos profissionais e pessoais, uma frase cliché, mas que faz sentido quando nos encontramos perdidos num limbo sem saída visível. Um desejo que muito depende de nós, e da nossa vontade em concretizá-lo. Nem que para isso tenhamos que lutar, numa luta assumida por oportunidades ou direitos. Segundo o notável político brasileiro Rui Barbosa, “quem não luta pelos seus direitos não é digno deles”. Eu concordo em parte com ela, caro leitor! Estas lutas não são para crianças!

Há poucos dias atrás os trabalhadores do grupo Kyaia manifestaram o seu descontentamento em frente a Câmara Municipal de Paredes de Coura. Algo que já tinham feito em Guimarães. Pessoalmente, foi a primeira vez que eu vi em Paredes de Coura, pessoas unidas a lutar por um direito, e não por um candidato. Fiquei esperançosa e um pouco surpreendida, mas sobretudo feliz.

A união faz a força, e eu sempre acreditei nisso. E continuo a acreditar apesar do quão estagnadas estão as águas do lago das consciências courenses. Ou do mar das consciências portuguesas. Poderia citar inúmeras frases históricas, mas apresento uma inteligentemente construída de Vítor Hugo, “entre um governo que faz o mal e um povo que o consente, há certa cumplicidade vergonhosa”.

Voltando ao momento courense, nessa luta coloco-me do lado da razão. Ou da parte que eu considero mais digna. E que está, nesta situação em particular, do lado dos trabalhadores. Evidentemente que o meu apoio de pouco ou nada vale, mas é sentido e é vivido. Vivido através de um dos meus que está presente nessa luta. Família! A minha e arrisco-me a dizer todas as famílias de Paredes de Coura. E poderia dizer amigos também!

Todas têm um ou mais dos seus a trabalhar numa dessas fábricas. Nessa lógica caros leitores. essa luta é, obviamente, de todos os courenses!

O meu apoio de pouco ou nada vale. Uma verdade! Mas haverá outros que talvez nem isso valerão. É natural que apareçam os tais salvadores da pátria, os tais e os oportunistas. O sensato nessas alturas é saber separar o joio do trigo. Poderá um deles sentir a luta como dele, mas como diz o velho ditado, “diz-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és”. Com a ressalva, caro leitor, que nem sempre esta frase é verdadeira.

No entanto é normal que tais aproximações aconteçam. Faz parte do protocolo, e é um dever constitucional prestar apoio ao povo quando este se sente e está a ser lesado.

Para a maioria dos políticos (ou falsos políticos), com algumas excepções, o voto é o que mais interessa. Cabe a cada um de nós não se deixar ludibriar por palavras soltas e bem desenhadas.

A verdade é que todos prometem, mas poucos fazem. O normal é eles deixarem que o acaso (ou outro que não eles) resolva o dilema. Depois, é só arrecadar os louros, mesmo que pouco ou nada tenham feito pela resolução do seu problema a não ser aparecer e mostrarem-se solidários pela causa. já vivenciei situações dessas. A maior parte dos problemas que tentei resolver e direitos pelos quais lutei resolveram-se sobretudo pela minha desenvoltura e não por qualquer apoio oferecido. O giro no meio disto tudo, é quando, no final, tudo fica resolvido e todos clamam vitórias… menos tu!

Nesta situação courense, a luta dos trabalhadores do grupo Kyaia que envolve um grande número de conterrâneos, não acredito na alienação do Município ao conflito em causa. Os políticos eleitos podem e devem ajudar. Não porque são melhores ou piores do que ninguém. Mas porque podem ter em mão um lápis e uma borracha capazes de corrigir erros cometidos. E se não os conseguirem corrigir, eles podem e devem atenuar os efeitos negativos que estes erros possam causar nessas famílias courenses.

E porque este é o meu último momento “Notícias de Coura” em 2019, despeço-me com carinho dos meus leitores e desejo prosperidade para todos neste novo ano que se avizinha.

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