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11 de Fevereiro de 2020 | José Augusto Pacheco
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Ela espalha “Rosa Courense” pelo Mundo.

Publicada pelo “Jornal de Notícias”, a 2 de janeiro de 2020, é uma frase que espelha bem quem é Margarete Barbosa, que fez da sua licenciatura uma enorme estrada para o sucesso, reconhecido a nível internacional e tendo a capacidade de projetar a alma mais sensível e profunda de Coura, revestida de uma ternura infinita.

Como a artista a descreve na Agenda 2020 – qual obra de arte para ser apreciada e admirada ao longo de todos os dias dos doze meses! –, “Rosa Courense é a imagem de muitas mulheres da nossa terra. Mulher de garra, destemida, de amores e carinhos.

É trabalhadora, dinâmica, viva, de lutas e conquistas espelhadas num rosto sereno. Rosa Courense é filha da lavoura e ama a sua terra, essa terra que amanha. Cresceu entre campos de linho e milho de sacholas, ganchos, foucinhas, malhos e outros instrumentos, toca a vida para a frente a cantar.

Revira as terras, colhe milho, centeio, batatas, feijão, cria gado, mata o porco, faz belouras, pão e rojões.

Conhece o trabalho de campo como as linhas de suas mãos que desabrocharam nessas lides, cresceram e definiram-se com a cumplicidade da enxada e foucinha.

É mulher de sete ofícios, trata da casa, do amanhar das terras, da educação dos filhos e do seu sustento.

Rosa Courense mãe, torna-se pai, lidera tarefas de casa e do campo enquanto endireita para a vida o rancho de filhos que a cerca.

Assim se tece a sua história entre terras trabalhadas, um carro de vacas e meia dúzia de cabeças de gado.

Em tudo isto, a Rosa Courense, é amor, infinito amor!”

E acrescento eu, em resposta a um honroso convite para escrever um texto para a referida agenda:

Rosa-flor, brotando no tempo de alegria e de estações várias,

De seiva comum que resiste e corre na terra húmida de repetidas atenções.

Rosa-flor-brava, tecendo suas meiguices numa finitude inacabada de sorrisos,

Colorindo a paisagem pela força contínua das emoções.

Rosa-menina, aprendendo a estar fora da solidão de si e dos outros,

Saltando e correndo pelos caminhos e lugares por sonhos habitados.

Rosa-criança, rasgando horizontes de identidades interiorizadas pelos sentidos da vida,

Na construção lenta e ardente de uma roda viva de imaginários improváveis.

Rosa-adolescente, vivendo espaços entrelaçados em regras de transgressão,

Como girândola de identidades imperfeitas embelezando horizontes indeterminados.

Rosa-mulher, vivendo rituais informalmente assimilados e corporalmente assumidos,

Em voos audazes de aves habitando jardins pintados de cores mil.

Rosa-mãe, gerando olhares e gestos de carinho, transbordantes em rios de ternura,

Sem foz de destino, como o regaço de seu menino fosse eterno e petrificado pelo tempo.

Rosa-barro, nascida de mãos hábeis e talentosas e infinitamente aperfeiçoada,

Num carrossel de formas e existências particulares que a artista descobre e reinventa.

Rosa-arte, dando-se e abrindo-se e agitando-se em palavras de pura poesia,

Rosa Courense, de sensível alma profunda, singularizada, admirada e amada,

Em olhar que recebe de cada um de nós.

 

 

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