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27 de Julho de 2021 | José Augusto Pacheco
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Opinião

Construído em 1990, o mercado a acompanhou a expansão urbana da Vila, que entrou nos dois grandes espaços que a circundavam: Casa da Veiga, que desapareceu por completo, mantendo-se a casa transformada em museu, e Casa Grande.

Vivia-se então o período de claro declínio da feira quinzenal de Paredes, acreditando-se que esse novo espaço seria uma verdadeira âncora que poderia acrescentar uma nova centralidade à Vila.

Mas não!

Nem sempre as boas ideias são captadas e apropriadas pelas pessoas que fazem o dia a dia dos espaços e dos lugares, mais ainda quando Coura não cultivou, ao longo dos tempos, a ideia de um mercado local fechado, com portas e janela e paredes, já que o mercado era a própria feira, de grande tradição, onde os principais produtos eram comercializados na linguagem courense do marralhar, em desuso nos tempos que correm, em que as pessoas estão formatadas pelo código de barras, que tudo diz e tudo determina ao nível dos preços. O freguês perdeu para o comprador, definitivamente, sendo essa a nova realidade do mercado global.

Com a recuperação dos seus locais tradicionais, passando para o centro da Vila, porque foi aí que nasceu e floresceu, a feira deu a machadada final no mercado, arrastando-se este penosamente nos últimos anos até ao seu completo apagamento. Desapareceu o mercado, mas a feira permaneceu, mesmo que reduzida no horário, pois o sábado de antigamente, cheio de pessoas transitando pelos largos da Vila desde o nascer até ao pôr do sol, não voltará jamais.

Há ainda outra situação que contribuiu para o total declínio do mercado: os vendedores criaram os seus espaços de comércio em locais mais convidativos para as pessoas, numa lógica de maior proximidade, e as médias superfícies fizeram o trabalho de arrebanhar os compradores.

Desapareceu o mercado, é certo, mas no seu lugar, soberbamente requalificado – e que trabalho exímio de arquitetura realizou o Vereador Vítor Silva não só em termos do edifício, mas também do espaço urbano envolvente! – nasceu uma incubadora de empresas denominada Elevadora-Centro de Captação Empresarial.

No fundo, é a startup Coura com a missão de ajudar os empreendedores em tecnologias, sobretudo digitais, e promover a marca Coura.

Tudo se conjuga para que nesse agora mercado de ideias e projetos virados para o futuro cresça um outro concelho –  digital, dinâmico e empreendedor – do qual a atual vereação é o rosto político, como bem reiterou o Secretário de Estado do Planeamento, Ricardo Pinheiro, na inauguração corrida a 14 de julho, que não foi senão o reconhecimento do excelente trabalho que tem sido feito pela atual equipa, ela própria uma permanente startup política, para roubar o termo ao Presidente Vítor Paulo.

 

 

 

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