Coura é sonho. E é mesmo, para os que ganharam as eleições autárquicas de 2021, e para os que as perderam.
Vítor Paulo pensou e a mensagem espalhou-se. Como um profeta de futuros, ou como um navegador em busca de lugares improváveis, Vítor Paulo, e toda a sua superdinâmica equipa de vereadores, incluindo os candidatos da lista à Câmara, passou para palavras vivas as suas efusivas imagens sobre o território que tanto ama e sente como seu, no qual cabem todas as pessoas de Coura, criando um imaginário que se torna real, vivo e observável, pois o sonho sente-se e ouve-se como algo que está a acontecer.
Coura é sonho, decerto, no modo como os problemas são resolvidos, na particularidade de realizações não prometidas e na possibilidade de as coisas acontecerem.
Fazer do improvável e da inquietude – para Fernando Pessoa é desassossego – um projeto político é um verdadeiro sonho, apenas possível para quem ousa trilhar caminhos não percorridos, pensar em factos desconhecidos e ser ao mesmo tempo presente e futuro.
Por isso, e como relembrou David Saraiva, presidente da Junta de Rubiães, homem de muita cultura, senhor da palavra e de convicções, há que acrescentar à Vila, ou ao concelho, de Paredes de Coura a palavra sonho, pois Coura é, de facto, um sonho, possível, real e objetivo, daqueles que se observam e se mantêm entre nós, e não daqueles que nos fogem matinalmente na reminiscência de vagas imagens.
Quanto aos resultados, nada a dizer, os eleitores são soberanos e a democracia é isso mesmo: liberdade de escolher os seus representantes.
Para os vencedores, Coura é ainda mais sonho, amplamente partilhado e desejado, pois as suas ideias ganharam mais vivacidade, tornando-se tão reais como um sonho que “nasce no coração e é realizado com as mãos”.
Para os que não venceram, Coura é sonho também. Ninguém ficou pelo caminho, todos são convidados a sonhar em voz alta, para que Coura seja a terra de todas as possibilidades, seja por isto, ou por aquilo, ou por aqueloutro.
Ser eleito para membro da Junta/Assembleia de Freguesia, da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal é um sonho concretizado, independentemente da cor partidária. O facto de estar e participar e viver em conjunto um momento único é um verdadeiro sonho.
Porém, muito desse sonho foi materializado até pelos candidatos não eleitos, aqueles que quiseram fazer parte desse momento de tanta proximidade e de tanto contacto humano que se sente no período eleitoral.
“Por que não se realizam estas eleições todos os anos?”: esta foi uma frase dita e repetida por muitos eleitores, desejosos de conversar, de ouvir, de protestar, de propor e de partilhar.
E as eleições autárquicas são isso mesmo: um repositório vivo de sonhos.