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RESENDE. ALFREDO RIBEIRO, UM COURENSE CASAPIANO

28 de Março de 2023 | Fátima Ferreira
RESENDE. ALFREDO RIBEIRO, UM COURENSE CASAPIANO
Destaque

Tal como prometido na edição anterior, hoje venho falar-vos sobre o nosso saudoso conterrâneo Alfredo da Conceição Ribeiro, não por palavras minhas porque não tive a sorte de o conhecer, mas pelos testemunhos que integram a sua biografia, no livro “Alfredo Ribeiro – História, Memória, Saudade – O Universo Casapiano”, e que aconselho vivamente aos nossos leitores. É um belíssimo documento, que reúne não só a história de vida do retratado, mas também nos transporta numa viagem pela nossa história recente, ou seja, num Portugal antes e após o 25 de Abril (por outro lado, temos ainda oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido por uma instituição com mais de 2 séculos de história, a Casa Pia de Lisboa”.

Alfredo Ribeiro nasceu a 8 de Fevereiro de 1954, na Amadora, filho de Olinda da Conceição, doméstica, nascida em Tomar, e Augusto da Cunha Ribeiro, sapateiro, nascido em Paredes de Coura. Dessa união nasceram 7 filhos, resistindo à moléstia do tempo, três irmãos: Domingos, Alfredo e João. Nas palavras de Alfredo, “mesmo na desgraça, fomos sortudos”, referia-se ao facto de terem sido internados em instituições que os acolheram e fizeram deles “homens de bem”.

Alfredo entrou na Casa Pia de Lisboa aos 8 anos e terminou aos 18 o Curso Comercial. Decidiu integrar voluntariamente as Forças Armadas Portuguesas, e em 22 de Setembro de 1973 partia a bordo do Navio “Niassa” para a Guiné. Um ano depois regressava e nesse mesmo dia foi visitar a “Mãe Casa Pia”, matar saudades dos seus “irmãos/irmãs”, pedir um certificado de habilitações, sem pensar que o seu futuro profissional estava ali mesmo à sua frente. Começou a trabalhar em Outubro de 1974 como professor provisório do ensino técnico, e desde então fez todo um percurso notável, que não tenho aqui espaço para descrever. Desde Tesoureiro, a Auditor, em 1999 ascendia a Assessor de Direcção do colégio Pina Manique. “Culto, generoso, fraterno”, “apaixonado pelo desporto e pela cultura”, muitas são as palavras que amigos e colegas de trabalho definem este homem, que consta na lista dos nomes ilustres que dirigiram a prestigiosa instituição Casa Pia Atlético Clube – CPAC.

Ainda na sua biografia encontrei uma transcrição de uma carta, que penso que os meus leitores conterrâneos apreciarão, escrita pelo conhecido Sr. António Rodrigues (Morgado) a pedido da avó de Alfredo Ribeiro, a “mãezinha” como ele a apelidava, Angelina Cândida Ribeiro: “Alfredo, saudinha e felicidade é o que vos desejo… Muito obrigada pela oferta que me mandaste. Disseste que vinhas cá no Verão, Deus permita que seja verdade…estou ansiosa por vos ver a todos antes que Deus me leve. Um abraço muito apertado à Cilinha e tu recebe um abraço desta avó que te quer como mãe.”

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