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RESIDENTE, PRECISA-SE!

22 de Maio de 2018 | Helena Ramos Fernandes
RESIDENTE, PRECISA-SE!
Opinião

 

Porque há opiniões emitidas no passado que se adaptam aos acontecimentos atuais, encontrei uma minha sobre um problema que continua a assolar o nosso concelho. Os números baixos da população residente perduram e criaram, num contexto atual, outros problemas além do possível encerramento de serviços públicos. Recordemos então a minha abordagem ao tema num passado recente. “Como descrever o progresso de um Concelho como o nosso? Quantificar a evolução deste território não é difícil, mesmo que esta análise esteja sujeita a vários parâmetros de avaliação. Vejamos por exemplo o número de habitantes em Paredes de Coura. Como terão evoluído os números nos últimos anos? Prestemos atenção aos números que quantificam o nosso concelho. Fiáveis ou não, são precisamente estes que ditam as regras e argumentam o aparecimento de políticas nos territórios de baixa densidade como o nosso. Para quem vive cá ao longo do ano, torna-se fácil perceber parte daquilo que as estatísticas apresentam. Números! Alguns confusos outros um pouco inflacionados. Mas todos muito baixos. Ou insuficientes em alguns caso”.

São várias as ferramentas usadas para contabilizar pessoas. Esta é condicionada ao interesse da contagem, mas acaba sempre nas mãos dos decisores políticos, quando estes precisam de atuar. Da análise desses números são formuladas soluções. Ou na criação de estímulos que contrariem a descida dos mesmos ou, e infelizmente para os territórios como o nosso, na redução da despesa nacional. E neste último caso os cortes nas despesas teimam em prejudicar os territórios de baixa densidade populacional. Os números pesam muito nestas decisões, e os nossos continuam a baixar!

Os censos do Instituto Macional de Estatística (INE) apontam para 9191 residentes em Paredes de Coura em 2011. Passados 7 anos, o que terá acontecido a este número? Terá aumentado? Entre 2001 e 2011 os censos apontaram para uma diminuição de cerca de 500 residentes no concelho. Qual será o resultado em 2021? Será que alguém ainda tem dúvidas sobre este prognóstico? A ilusão pode prevalecer nas cabeças de quem não vive cá! Mas quem cá vive saberá prever o resultado para 2021!

Tal como referi numa crónica escrita por mim em 2014: “Comparando os censos de 2001 e 2011 deparamo-nos com uma diminuição de cerca de 500 residentes. Perdemos população! E continuaremos a perder se teimarmos em não olhar de frente para este problema. Não nos podemos alienar de que representamos números face ao direito de ter direitos. A tendência geral, se não for contrariada com políticas assertivas, é da diminuição da população em meio rural”.

Pois é caro leitor, se esta tendência não for contrariada podemos continuar a perder serviços públicos mas não só. Os serviços privados também podem escassear, ou por falta de sustentabilidade financeira ou, para o caso atual do nosso concelho, por falta de disponibilidade de mão-de-obra em certas áreas.

Pequenas coisas, pequenos passos podem de alguma forma contrariar esta tendência.

Urge diminuir a saída de população jovem deste concelho, não somente criando emprego em quantidade no sector secundário. Esta foi uma estratégia bem-sucedida de medidas políticas locais bem aplicadas. É igualmente necessário proteger os restantes sectores. E isto porque corremos o risco de deixar de ter gente suficiente para garantir mão-de-obra tão necessária para manter a atividade nos restantes setores tão ou mais importantes para as populações rurais. Empregado, precisa-se! Mas sobretudo residente, precisa-se!

 

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