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Reverso da verdade

29 de Junho de 2021 | Helena Ramos Fernandes
Reverso da verdade
Opinião

Para dizer a verdade, caro leitor, não tenho ideia nenhuma do que escrever nesta edição.

Olhando para o teclado do meu computador, sem inspiração ou vontade de escrever, com o meu pensamento bloqueado ou travado por um dia de trabalho intenso, procuro. Procuro algo, um tema para iniciar este texto que lhe é dirigido, caro leitor.

Nada me ocorre além de acontecimentos recentes e sem qualquer interesse aparente. É certo de que ao longo de um dia normal acontecem inúmeras coisas, a maioria serão banais, mas haverá sempre algumas que ganham uma importância acrescida. Para o bem ou para o mal. Aqueles momentos em que uma reacção nossa ou de outrem nos afetca, influenciando o desenvolver normal da nossa rotina diária. Aqueles segundos em que a emoção leva a razão a uma análise causal mais profunda pelo sucedido. Torna-se importante perceber o porquê daquela acção? Principalmente quando a verdade é responsável por essa reacção. E nessas alturas, e porque muitos outros viveram momentos semelhantes, surge sempre uma expressão que se encaixa na perfeição. E sobre a verdade, caro leitor, existe uma infinidade delas. Escolhi uma delas, porque me pareceu acertada para algumas das vezes em que a verdade incomoda.

‘A verdade só incomoda os fracos de consciência’.

No entanto, a verdade por vezes é cruel. Pelo assunto envolvido ou pela forma ou contexto em que é transmitida. E talvez seja por isso que por vezes a verdade também incomoda os fortes de consciência.

Tenho sentido por diversas vezes, independentemente do enquadramento, que me devo controlar quando transmito determinadas mensagens, mesmo que essas sejam verdadeiras no meu contexto de análise. Na maioria das vezes a minha intensão visa o entendimento real do assunto tratado, a transparência na transmissão de uma informação. Será que percebe, caro leitor, qual é o ponto onde eu quero chegar? Ou talvez deva escolher outra expressão que se encaixe no que eu estou a tentar transmitir.

‘Nem todas as verdades são para todos os ouvidos’.

Quando se transmite uma verdade nem sempre o planeado é atingido, e por vezes resulta no contrário ao esperado. Talvez concorde, caro leitor, que em determinadas situações a verdade é dispensável desde que não seja substituída por uma mentira.

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