Tempo de sermos courenses… a sério

Opinião

O Natal está a chegar. É tempo de pensar em compras… em presentes… e fazer contas ao orçamento lá de casa a ver se chega para tudo. Todos gostamos de ter uma ceia de Natal onde não falte nada, ou quase nada. E com produtos de qualidade.

Mas isto da qualidade não significa que sejam propriamente caros. É quase um “cliché” que se instalou na sociedade e que todos os anos é preciso combater veementemente e uma das razões mais importantes é esta: o seu bolso, caro leitor.

O estudo Observador Cetelem Natal 2017, que procura aferir as intenções de compra dos portugueses na época natalícia, revelou que o vestuário lidera tanto a lista dos presentes mais desejados, como a lista das categorias de produtos com mais intenção de compra.

De acordo com este documento, 34% dos portugueses elege o vestuário como presente ideal (uma subida de 9% face aos 25% de 2016), seguindo-se os perfumes e relógios (15%) e produtos culturais (12%). Falando em compras para oferecer, 83% dos inquiridos afirmam que têm intenções de comprar vestuário, uma subida considerável face aos 58% de 2016. No pódio das intenções de compra, o vestuário é acompanhado por produtos culturais (73%) e brinquedos (64%).

Quanto aos locais de compras, as lojas de centros comerciais são o principal destino: 90% dos inquiridos fará as suas compras nestas superfícies comerciais, o que representa uma subida relativamente aos 78% de 2016. Seguem-se as lojas de comércio tradicional (48%, contra os 36% de 2016) e os super ou hipermercados (39%, contra os 33% de 2016).

Numa breve análise a estes dados divulgados, posso considerá-los satisfatórios. Como presidente da Associação Empresarial de Paredes de Coura, é bom verificar que a percentagem de portugueses que opta pelo comércio tradicional está a subir. Esperemos que isto realmente aconteça no nosso concelho. E este ano não vão faltar razões para que isso possa acontecer: a qualidade dos produtos apresentados pelos lojistas é incontestável, tal como sempre o foi. Mas este ano, contamos também com uma ajuda ainda mais sólida e uma aposta mais significativa por parte do nosso Município o que muito me apraz. Congratulo-me ao ver um Executivo Municipal cada vez mais ao lado da respectiva Associação Empresarial e cada vez mais empenhado no apoio ao comércio tradicional. Só demonstra a consciência de que este é fundamental para a economia do concelho.

Claro que é inevitável que algumas das nossas compras sejam feitas em hipermercados ou em centros comerciais. Ainda há produtos que não é possível encontra-los no comércio tradicional. Mas, digo-o com firmeza, é tempo de sermos courenses! É tempo de defendermos o que é nosso! É tempo de também aqui nos deixarmos de palavras bonitas e passarmos às atitudes.

Por isso, caro leitor, sempre que for possível, compre o que precisa no nosso comércio tradicional. E deixo-lhe exemplos como o indispensável bacalhau, o bolo-rei e tantas outras iguarias que vão fazer parte das nossas mesas neste Natal. E com isto está não só a ajudar os nossos lojistas, como está a apoiar a nossa economia e até a ajudar-se a si mesmo. Já pensou nisso?

Curiosidade: É curioso que, sobre as despesas desta época, o estudo revela que mais de um terço dos consumidores irá gastar uma média de 252€ em compras, sendo que 42% dos portugueses pretende aumentar as poupanças e 30% planeia reduzir as despesas face às praticadas em 2016. Valores à parte, caro leitor, pense em gastar o mais que puder no nosso comércio tradicional. No fundo, o comércio tradicional somos todos. Se a nossa economia abranda, todos nós iremos abrandar. É inevitável. Conto consigo! Todos contamos consigo para um Natal muito feliz.