A vida é demasiado complexa para ser vivida por nós de forma automatizada e despreocupada. Os perigos estão em todo lado e os riscos andam sempre à espreita de uma pequena distração. E é por isso que os acidentes acontecem. A maioria das vezes resultante de um deixa andar ou mais frequentemente da noção errada de que somos donos da verdade e do saber fazer.
Estas noções de perigo, risco e acidente foram-me passadas pela minha irmã Fátima, que tem formação em HST-Higiene e Segurança Trabalho. Transmitiu-me esse saber de uma forma tão simples e assertiva que sempre que penso em acidente relembro este exemplo: “uma faca em cima de uma banca ou de uma mesa, é um perigo, a faca na nossa mão é um risco. O acidente fica sobretudo dependente da segurança no manuseamento e da intenção”.
Neste entrudo minhoto, o mundo agrícola ficou cinzento em sinal de luto. Enquanto uns vivem esta época carnavalesca com sátiras e tradições, envolta em muita alegria, outros trabalham.
Foi num destes labores, que não identifica pontes ou feriados, que uma agricultora perdeu a vida num acidente com tractor. Um acontecimento demasiado recorrente. O tractor capotou e a vítima ficou debaixo dele. Em muitos casos o desfecho poderia ser diferente. Não quer dizer que este não foi o caso, mas muitas vezes bastaria cumprir com as regras de segurança, como é, por exemplo, a utilização do arco de segurança.
As medidas de segurança impostas por lei, quando se conduz ou manobra com este tipo de veículo considerado perigoso, devem ser levadas a sério. Diria até que muito a sério!
O perigo está sempre presente e o risco em cima de um tractor está sempre à espreita. Como diria a minha irmã, o acidente depende demasiado da segurança no manuseamento quando o equipamento é catalogado de perigoso. Nunca esqueça isso, caro leitor. Caro agricultor. Caro operador.
Por vezes o desconhecimento de determinadas regras de segurança, vitais, ou o executar de tarefas familiares de forma automática, resulta em situações que preferíamos apagar da nossa mente ou, se isso fosse possível, fazer com que o tempo voltasse para trás.
Quem dos leitores, já não proferiu a seguinte frase: “Ai se eu soubesse, ou imaginasse, faria de forma diferente”.
Devemos estar atentos e em alerta quando manuseamos instrumentos, equipamentos e matérias-primas consideradas perigosas, e sobretudo respeitar e cumprir com as regras de segurança específicas para cada caso. A nossa vida e a dos outros podem depender disso.
A vida é demasiado complexa e está repleta de perigos e riscos. Não arrisquemos, ela depende da nossa atenção e sobretudo da segurança que nunca devemos desprezar. Pense nisso! Um perigo, um risco, uma vida…