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Caos instalado

19 de Dezembro de 2023 | Helena Ramos Fernandes
Caos instalado
Opinião

Enquanto uns se despedem dos seus cargos, outros lutam por um lugar ao sol. Depois, temos aqueles que tentam por ‘a+b’ justificarem erros cometidos por distracção ou, quiçá, por total conivência. E há ainda outros, aqueles que são destacados por muitos, os tais oportunistas, que supostamente proliferam, alimentando-se da ignorância alheia. Um pequeno caos, caro leitor! Ou grande, dependendo do interlocutor ou do ponto de vista de quem o vivência.

No meio deste caos instalado, com várias dimensões de realidade, há quem continue na labuta, lutando por uma vida decente num país a beira mar plantado. Um país com várias versões, umas boas, umas medíocres e outras más. Qual será a mais correcta? Talvez sejam todas. Parafraseando e bem a minha querida filha, poderá depender da percepção do interlocutor. Mas não só! A nossa versão do país, dependerá de muitos outros factores. São inúmeros os motivos que nos levam a apontar críticas, sejam positivas ou negativas. Mas tendo em conta o exagero de mediatismo negativo em volta da política e dos diferentes actores e instituições envolvidas nesse meio, digamos que o nosso raciocínio crítico pode estar a ser contaminado e manipulado. Sobretudo quando evidenciam a negligência, o favoritismo, o abuso de poder, a corrupção dessas pessoas ou entidades. No entanto, caro leitor, não devemos esquecer que os políticos que queremos respeitar, são pessoas. São pessoas, obviamente com várias competências. São pessoas, naturalmente com defeitos e qualidades. Não são, de todo, máquinas, programadas e com uma inteligência artificial. São pessoas que cometem erros, como todo o ser comum. E, convenhamos, caro leitor, errar é humano! Não pretendo com isto, justificar actos ou atitudes, no entanto, parece-me que existe um empenho excessivo em evidenciar os erros dessas figuras tão importantes para o país. Pessoas que deveriam estar concentradas em defender e gerir o que é de todos, e não em defender-se a si próprio, perdendo o foco naquilo que é importante, e o tempo que nunca é suficiente.

A democracia criou um sistema complexo para gerir o bem comum de forma livre e justa, inclusivo e onde o pluralismo é respeitado, não criou uma máquina segregadora, imparável e implacável para quase todos ou com alvos bem definidos, para excluir a imperfeição. O conhecimento pode beber no mediatismo, mas não tem que o beber todo. Parece-me, caro leitor, que se criou um novo tipo de vício ou dependência em notícias que aparentemente só servem para atingir propósitos. Não são ‘fakes’, é um facto. Mas são bem piores!

O medias apontam erros e mais erros. Com informações vindas não se sabe bem de onde e com hora marcada para aparecer. Vão caindo uns atrás dos outros. Mas, caro leitor, e sem a intenção de salvar a vida a alguém em particular, que atire a primeira pedra quem nunca errou, ou pecou.

E, já agora, cuidado com aqueles que se alimentam dessa podridão para proliferar distribuindo ódio e descrença. Tácticas de jogos, estratégias de ataque, como diria e bem o meu querido filho. Será a política um jogo? E o poder um prémio?

Finalizo este desabafo afirmando que, e apesar deste caos político, eu continuo a acreditar na democracia e na liberdade.

Desejo a todos os meus leitores, e não só, o melhor que esta época oferece, paz, amor, família presente e amigos verdadeiros. E, claro, que 2024 seja melhor que o ano que acaba, sobretudo no que toca ao respeito pelos direitos humanos. Um bom 2024 para todos!

 

 

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