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CHAMA-SE LORENA MAS PODIA CHAMAR-SE APENAS AMOR. LUSO-VENEZUELANA VENDE BOLOS PARA TRATAR DOENÇA DA MÃE

6 de Dezembro de 2023 | Albano Sousa
CHAMA-SE LORENA MAS PODIA CHAMAR-SE APENAS AMOR. LUSO-VENEZUELANA VENDE BOLOS PARA TRATAR DOENÇA DA MÃE
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Chegou a Paredes de Coura em Janeiro de 2020. Na bagagem trazia o sonho de uma vida melhor, para ela e para a família.

Para trás ficou o país de origem, Venezuela, envolto numa enorme instabilidade política e social.  Veio ao encontro do marido, José Esteves, que tinha chegado a Portugal meses antes. Com ela trouxe o filho de 11 anos, Samuel Valério, hoje a frequentar o 6º ano de escolaridade na Escola Básica e Secundária de Paredes de Coura. Objectivo, estabilizar a vida familiar, e garantir um futuro melhor ao filho.

Nascida na Venezuela, a Darlyns Lorena Valério, 31 anos de idade, é descendente de família portuguesa. Os pais, também radicados na Venezuela, são oriundos de Penacova, mas foi em Paredes de Coura, terra da família do José, que o casal optou por fixar residência.

Acabada de chegar, eis que se propaga a pandemia do Covid-19, que veio dificultar a plena integração do casal na comunidade courense. Sem baixar os braços, a Lorena iniciou a actividade profissional numa unidade de restauração da nossa praça, situada na freguesia de Castanheira. Mais tarde, mudou-se para unidade fabril instalada na Zona Industrial de Formariz, mas foi no OUSAM que encontrou o local ideal para desempenhar a actividade profissional. Ingressou nesta instituição em Outubro de 2020. Começou a trabalhar com crianças, passando depois pelo apoio domiciliário. Hoje está de novo a trabalhar com crianças no jardim-de-Infância de Cristelo. Diz adorar aquilo que faz profissionalmente.

Por outro lado, o marido, que também iniciou a aventura em Portugal pela restauração, trabalha actualmente em Espanha, numa unidade industrial, que apesar de instalada em Formariz, também   possui uma  valência por terras de “nuestros hermanos”.

Com a vida familiar estabilizada, surge agora uma dificuldade maior para a Lorena. Deixando os pais na Venezuela, ambos sexagenários, e sem o apoio próximo dos 3 filhos, todos emigrados entre Portugal e o Chile, a mãe encontra-se com problemas de saúde de alguma gravidade. Inicialmente, era ambição da Lorena trazer os progenitores para junto dela, entretanto, o estado de saúde actual da mãe não lhe permite efectuar a viagem. Antes é necessário efectuar os tratamentos adequados, na tentativa de debelar um tumor descoberto no cérebro, após a realização de várias tomografias e de uma ressonância.

Num país onde o apoio social é apenas uma miragem, e onde a saúde pública é algo inatingível, a mãe precisa iniciar sessões de radioterapia, que custam ao paciente a módica quantia de mil euros. Sem esse dinheiro não é possível iniciar os tratamentos.

Neste cenário, a Lorena, jovem mãe,  simpática e afável, disposta a lutar até à exaustão, não vai baixar os braços na tentativa de recuperar a saúde e bem estar da mãe. Com os rendimentos do trabalho escassos, para fazer face às despesas do dia-a-dia, sempre vai canalizando para os progenitores as poupanças que restam de  cada mês de trabalho. Mas isso é pouco, muito pouco mesmo, para atingir a quantia necessária aos tratamentos.

Vai daí, esta luso-venezuelana ocupa os poucos tempos livres no fabrico, e venda, dos mais variados e apetitosos bolos, com o objectivo de angariar dinheiro destinado aos tratamentos da mãe.  Com uma excelente linha de montagem, são uma delicia os bolos de chocolate, de cenoura, red velvet, entre outras especialidades.

“Esta foi uma forma que encontrei de conseguir algum dinheiro extra para ajudar a minha mãe”, adianta a Lorena à nossa reportagem.

Estando para breve a criação de uma página  nas redes sociais, o leitor interessado em colaborar com a Lorena nesta luta titânica, pode entrar em contacto através do Facebook da própria.

Nesta quadra natalícia, onde é importante ajudar o  próximo, vamos todos colaborar com a Lorena, contribuindo com todo o apoio possível na recuperação da sua progenitora e posterior viagem até Portugal, para junto da família mais próxima.

Se todos ajudarmos, por pouco que seja, o sonho será realidade.

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