QUOTIDIANO

Opinião

Jamais tinha assistido a um leilão e se lá estive, a 12 de abril, deve-se ao significado que tem para o município de Paredes de Coura a resolução do imóvel conhecido por Sanatório de Moselos, dedicado, em tempos diferentes, à cura da tuberculose e ao tratamento de doenças mentais.

E gostei imenso. A licitação é um jogo e os que nele participaram sabiam bem as regras sobretudo quando a procura é grande.

O sanatório foi vendido pelo Ministério das Finanças pelo preço de 582 490,00 €. Nem mais um cêntimo.

Há aqui duas questões essenciais: o vendedor não foi o município, pelo que o preço tanto poderia ser um euro como um milhão de euros; o comprador não poderia ser uma pessoa qualquer e, decerto, o município teve um papel preponderante nos contactos iniciais, na abertura de possibilidades e no interesse que tinha em que o problema fosse resolvido.

Agora, o melhor está para vir.

Será um projeto que criará emprego e que trará a Paredes de Coura pessoas de muitos lados do planeta. Não restam dúvidas de que o futuro será risonho e que todo o concelho colherá os frutos deste investimento.

Já depois do leilão, e após um tempo razoável de conversas amenas, em que a vereação esteve envolvida – sim, esta equipa da Câmara Municipal obteve uma grande vitória, e é necessário que isso seja reconhecido por todos – tive a oportunidade de conhecer melhor as pessoas envolvidas.

Quando confidenciei ao meu interlocutor do Ministério das Finanças que o investimento é feito de duas componentes integradas – a da racionalidade e a da afetividade –, ele respondeu-me com uma enorme satisfação: e por que razão eu estou aqui? Só pode ser pela afetividade, misturada com a racionalidade.

E mais disse: foi a primeira vez que o Ministério das Finanças realizou um leilão fora de Lisboa, só tinha acontecido uma vez para lá dos muros do ministério, e a Câmara de Coura teve um trabalho extraordinário nesta tarefa e todos se sentem muito satisfeitos.

É certo que este meu interlocutor pensou no sucesso global do leilão, mas o Presidente da Câmara e toda a sua equipa pensou que o elefante branco, que era o sanatório, estava em condições de ser conduzido para um destino mais agradável, deixando que do seu domicílio nasça um novo projeto.

De facto, esta excelente equipa da Câmara Municipal obteve uma enorme vitória.

Parabéns.