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O que fazer com o lixo

22 de Outubro de 2019 | Helena Ramos Fernandes
O que fazer com o lixo
Geral

O que fazer com o lixo? Uma questão relacionada com o ambiente. A protecção do ambiente, ou o desrespeito por ele, tem ultimamente merecido uma atenção maior por parte da sociedade. Esta preocupação já existe há muitas décadas, e infelizmente pouco ou nada foi feito para minimizar a calamidade que é a poluição e o lixo produzido por cada um de nós, e por esta sociedade exageradamente consumista.

São cada vez mais os que lutam contra a degradação ambiental do planeta. Os chamados ativistas. Ou defensores de práticas responsáveis. Uma das ativistas actualmente em voga é a pequena grande Greta Thunberg, a jovem sueca da “Greve pelo ambiente”. Pequena na idade mas grande na vontade!

Não apoio qualquer conceito ou prática fundamentalista ou extremista. Sabemos que estas nunca nos levam a bom porto. Talvez por serem, quase sempre, impossíveis de aplicar ou implementar. Somos seres racionais mas devemos estar muito bem informados quando apontamos uma solução. E apontar não é nem obrigar nem impingir.

O consumismo é um dos principais responsáveis pelo excesso de lixo produzido. É verdade. Mas, se queremos resultados visíveis, o consumo deve ser orientado e não restringido por ideias mal fundamentadas. O nosso consumo, caro leitor, deve produzir o mínimo de lixo possível. Isto seria um excelente primeiro passo.

Somos mais do que seres vivos, somos mais do que meros cidadãos inseridos numa sociedade cada vez mais consumista. Somos autênticas máquinas de produção de lixo e somos muitas vezes altamente poluentes.

Não podemos alienar-nos dos factos apresentados por quem defende a protecção do planeta que nos abriga, que nos alimenta e que nos protege. Devemos minimizar o impacto que causamos pela nossa passagem por este planeta azul, verde e castanho. Não queiramos que ele fique totalmente cinzento ou, talvez, totalmente azul.

A verdade é que os responsáveis políticos, seja qual for a abrangência territorial que os elegeram, têm a responsabilidade sobre a recolha e destino dos resíduos que todos os dias nós produzimos. Pagamos impostos, alguns associados a esta temática, para que este serviço “sujo” seja feito.

E olhando a atitudes, o importante para a maioria das pessoas é que o lixo desapareça. Não importa como e para onde. Importante mesmo, é que este desapareça dos contentores próximos do seu alcance visual.

E, com esta atitude, quando a ética e os valores estão presentes, a vergonha aparece e a culpa instala-se em muitos cidadãos. A sua consciência inibe-os de apontar o dedo aos que decidem sobre esta questão tão importante. E aceitam as justificações políticas sobre a falta de meios ou a não adesão de outros cidadãos que não eles.

Estes decisores têm responsabilidade sobre parte do processamento do lixo. A outra parte é da nossa inteira responsabilidade. Devemos também ser cidadãos responsáveis nesta questão demasiada importante – O que fazer com o lixo?

É necessário, na minha opinião, e na opinião da maioria dos ativistas sensatos, reduzi-lo, reutilizá-lo e reciclá-lo. Reduzir, sobretudo. Mas podemos igualmente separá-lo. E é aqui que “a porca torce o rabo”. O maior entrave da separação, a meu ver, é o comodismo e o trabalho a mais que algo que queremos ver desaparecer nos dá.

Ou porque não temos ecopontos por perto! Ou porque temos que ter mais do que um caixote para o lixo em casa! Ou porque isto dá trabalho! Ou simplesmente porque não tenho tempo! São tantas as desculpas e tão pouco a vontade de mudar hábitos. Mesmo que estes sejam criminosos! Afinal quem polui é, ou não, um criminoso? Sabe para onde vai o lixo que não separa? Qual é o planeta que o recebe?

O que fazer com o lixo, caro leitor? Comece a olhar para ele todos os dias. Analise o lixo que todos os dias produz. Reflicta sobre este problema e as suas atitudes tomarão o rumo certo. Eu acredito que sim. E você?

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