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Perigo em Santa Rita

15 de Setembro de 2015 | José Luis Freitas
Perigo em Santa Rita
Romarigães

Santa Rita é, em Romarigães, local de todos os encantos, de todas as caminhadas, de todas as orações.


Uma capela pequenina, vaidosa na sua humildade, uma vista imensa, quase a perder de vistas… e aquele velho sobreiro, guardador de sonhos e segredos.
Seja porque Santa Rita, desde a sua canonização a 24 de Maio de 1900 (Papa Leão XIII), logo se viria a revelar uma das santas de maior culto da igreja católica ao ser considerada padroeira das causas impossíveis, dos doentes e das mães, seja porque o local é lindo de morrer, o certo é que, também em Romarigães, esta sua capelinha se tornou local de visita obrigatória.

Tão perto e, até parece, tão longe de tudo e de todos, sem luz que a ilumine e sem estrada que a acompanhe, esta pequena capelinha tem sido, e por aqui temos dado conta disso, alvo de variadíssimos actos de vandalismo, de desmazelo, de crime, poder-se-á mesmo dizer e, de repente, veio-me à memória aquela situação, de que demos conta à altura, daqueles inqualificáveis tiros nas portas. Que aconteceu desta vez?, perguntar-me-á o leitor. Nada de muito grave, mas que o poderia chegar a ser, umas velas e lamparinas colocadas por fiéis (talvez não no local mais adequado) a que alguém, seja por maldade, isso não sabemos, terá adicionado umas pinhas e outros materiais de fácil combustão vindo a provocar um pequeno incêndio, que deixaria algumas marcas ao nível da pintura e do granito, coisa de pequena monta eu sei, mas, é bom lembrar, que estamos a falar num local no alto do monte, rodeado de vegetação por todo o lado e onde qualquer chama pode virar ignição de incêndio.

Foi um zelador da capela, visivelmente preocupado, Casimiro Gonçalves, quem se nos dirigiu pedindo que escrevêssemos apelando ao civismo de visitantes e fiéis para que um dia não houvesse algo de grave a lamentar. O apelo, mais que pertinente, fica feito. Em jeito de rodapé, permitam-me um pequeno à parte. A luz mora ali ao pé, na A3, a menos de 500 metros, o alcatrão, medidas as curvas e contracurvas, morará a um quilómetro de distância, mais coisa menos coisa, o local merece, os visitantes são cada vez mais, na freguesia todos querem, que raio!, que faltará para levar a luz e o alcatrão a Santa Rita? Dinheiro? Falta sempre, nada que uma comunhão de vontades  não resolva!

Eu que até recordo com um sorriso, o encantamento e a forma tão característica e com imensa graça, como Vítor Paulo Pereira, actual presidente da Câmara, relata as peripécias da sua aventura rockeira de juventude (os famosos “Boucabaca”) vivida no alto de Santa Rita, lançolhe daqui um repto:

Presidente, embora lá ligar a luz a Santa Rita? E já agora, pôr a estrada transitável…

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