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Publicação quinzenal dedicada à informação local de Paredes de Coura. Aqui encontra notícias, reportagens, entrevistas e agenda cultural do concelho. Um espaço de proximidade que dá voz à comunidade courense.

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Quotidianos

23/09/20253 Minutos de Leitura
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Na vida de uma pessoa há momentos muito diferentes. O mais interessante, e talvez o mais expressivo da minha ligação afetiva a Ferreira, está ligado a meu pai, Arnaldo, nascido no lugar de Tourém, em 1915, assim como seus irmãos, que não me canso de escrever seus nomes, pela ordem de nascença: Aníbal (1904), Augusto (1907) Cândida (1909) e Amadeu (1912).

Mas além desta origem, tenho cultivado um cuidado quase obsessivo pelo meu padrinho, Augusto Auxiliador Pacheco, casado, em 1933, com Alcinda de Sousa, também ela de Ferreira, com dois registos de emigração para a cidade do Rio de Janeiro, um em 1937, e outro em finais da década de 50.

Há, porém, um outro registo que muito define essa minha forte admiração; trata-se do meu registo de nascimento, habilitando-o como meu padrinho, e como madrinha sua filha, Sara de Jesus Sousa Pacheco.

Infelizmente, no mesmo dia em que eu completei 20 meses de idade, toda a família chorou amargamente a sua morte inesperada, nos seus radiantes e virtuosos vinte anos. Uma tragédia. E mais a sinto, passados tantos anos, pela leitura das palavras do Sr. Heitor Alves, correspondente de Ferreira para o NOTÍCIAS DE COURA, assim condoidamente lavradas na edição de 15 de outubro de 1957:

“Foi realizado na nossa igreja paroquial, com toda a pompa e no meio da maior consternação, o funeral da inditosa Sara de Jesus Sousa Pacheco … E lá ficou, na necrópole desta linfa freguesia de Ferreira, sob os sete palmos da terra que a todos nos esperam, o cadáver da gentil Sara de Jesus, parece que a sorrir para todos os que, em volta do caixão, onde dormia o derradeiro sono, a velavam
lacrimosamente. Que Deus dê à sua alma a bem-aventurança eterna e, também, a resignação a toda a família que, neste momento chora ainda, alanceada, a perda da querida e amada Sarinha.”

A jovem Sara, ceifada num momento da vida em que os sonhos são os mais destemidos e abraçados pela ardente imaginação, teve mais três irmãos: António Sousa Pacheco, tendo vivido 10 meses; António Sousa Pacheco, emigrado para o Rio de Janeiro, e por lá viveu e morreu; Júlio Sousa Pacheco, também emigrado, mas para França, e do qual se dá a triste notícia na página 18 deste jornal.

Em nota final, da prole de José Joaquim Pacheco e Carlota Nogueira, Aníbal e Amadeu emigraram para o Brasil, e por lá ficaram, Augusto conheceu as agruras da emigração por duas vezes, quando tinha 28 e 52 anos, Arnaldo saiu de Ferreira para a Vila, e Cândida manteve-se a vida inteira no lugar onde nasceu.

José Augusto Pacheco

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