É uma crónica de fotografias, nesse registo indelével do nosso quotidiano que se
vulgarizou com o uso do telemóvel.
Temporalmente, situam-se no dia 10 abril de 2025, e geograficamente foram tiradas no
Estado de Santa Catarina, precisamente em Brusque.
Uma visão geral do campus da UNIFEBE (Centro Universitário da Fundação Educacional de Brusque) é sempre uma imagem de boas-vindas, materializada nos edifícios jovens e modernos, bem como no contexto que tornou possível uma fotografia que traduz uma parceria internacional entre universidades de Portugal, Brasil, Espanha e Colômbia.
Segue-se a descrição de um conjunto de fotografias sobre um centro educativo comunitário de Brusque, frequentado por crianças da educação pré-escolar e dos primeiros anos do ensino fundamental.
É a escola das cores, dos afetos e da sustentabilidade.
Numa colorida sinalética de direções geográficas, que sinalizam o dualismo da chegada e da partida, lê-se: “Ao chegar/Traga Alegria/Ao sair/Deixe saudades.”
Sobre o sentido destas frases, inundadas de empatia, fala a diretora, uma jovem professora, que nesta escola deu os primeiros passos, tal como seus pais e avós, ao longo de quase cem anos.
Uma pertinente informação sobressai de uma placa que marca o início de um espaço maravilhoso: “Você sabia que a abelha Jataí é inofensiva às pessoas e muito valiosa para o meio ambiente?”
De facto, eu não sabia que há abelhas sem ferrão! E são várias as suas espécies, como
neste centro educativo as crianças aprendem desde tenra idade, distribuídas por colmeias, que nesse dia de alguma chuva friazinha, se mantinham laboriosas no seu interior. Por isso, recebe o nome de “Escola amiga das abelhas.”
Para além do “Jardim do mel”, há o espaço “Condomínio dos passarinhos”, a “Bancada da poesia”, o “Recanto das tartarugas”, o “Hotel de insetos”, a “Mansão do dentuço”(coelho), bem como o “Forno a lenha”, a “Composteira”, a “Horta” e a “Hidroponia” (cultivo de plantas sem o uso da terra, de raízes submersas na água).
Ainda sobre as abelhas, sem ferrão, uma fotografia traduz a despedida do centro educativo, depois de uma manhã de aprendizagem, onde não faltou o amável cafezinho
e o gostoso bolo de banana:” Abelhas nativas/Cuidado/Risco de se apaixonar.”
Neste clima de aprendizagem sustentável, em que o dia a dia da criança traduz uma forte ligação à natureza, havia uma outra lição fundamental que ainda não fora proclamada, e que pude comprovar com a fotografia que inclui o “Cronograma alimentação animais.” Ou seja, em cada fim de semana, uma família das crianças que frequentam a escola é responsável pela alimentação de todos os animais, podendo transformar esse espaço em encontros familiares, pois o espaço pertence-lhes
totalmente.
Que magnífica experiência de sustentabilidade, quando a verborreia das palavras
abunda!
José Augusto Pacheco