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TÂNIA FREITAS E O SAUDOSO JÚLIO AUGUSTO. UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR A PROPÓSITO DO DIA DO PAI

14 de Março de 2023 | Albano Sousa
TÂNIA FREITAS E O SAUDOSO JÚLIO AUGUSTO. UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR A PROPÓSITO DO DIA DO PAI
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No dia 19 de Março, comemora-se, em Portugal, o Dia do Pai. Esta data coincide com o dia de São José, que, segundo o Novo Testamento, era o marido da Virgem Maria e o pai adotivo de Jesus Cristo. Carpinteiro de profissão, José da Nazaré, tornou-se num modelo de pai e de marido, um protector da família.

Ora, pai representa a figura paternal de uma família, ou o genitor de uma pessoa. O conceito de pai é bastante amplo, e não se restringe a uma pessoa que é o pai biológico de alguém. Um pai adoptivo ou um pai de criação, apesar de não ter gerado o seu filho, não deixa de ser pai.

A propósito, o Notícias de Coura, homenageando todos pais, trás à estampa o relacionamento de Tânia Freitas com o pai, Júlio Augusto, falecido recentemente. Sinto-me plenamente à vontade para testemunhar o carinho, amor e o fino trato, que esta jovem genial, esposa e mãe, dona de casa, trabalhadora, autarca, atleta e dirigente, dispensava ao pai adoptivo, com quem viveu desde os 4 anos.

Conseguindo conciliar uma agenda diária deveras preenchida, a Tânia, uma verdadeira mulher de armas, nunca se escuda na falta de tempo para deixar de realizar todas as actividades que lhe preenchem a agenda do dia-a-dia. E que agenda! Levantar madrugada dentro é lema do seu quotidiano. Antes de se deslocar para a actividade profissional, é importante tratar das lides de casa, desde logo, tratar e cuidar do pai que, nos últimos tempos, estava totalmente dependente, perante os problemas de saúde que lhe bateram à porta. Depois, é preparar a filha e levá-la ao infantário, antes de rumar até Lanheses, local de trabalho. De regresso a casa, findo um dia de trabalho, esperava a Tânia os cuidados a prestar ao pai, que, sempre com um brilhozinho nos olhos, aguardava ansiosamente, pela chegada da “sua” menina. Seguiam-se depois as restantes tarefas de uma dona de casa, restando ainda tempo e muita força de vontade para os treinos do futsal e para a vida de autarca em São Martinho de Coura. Desistir era o escape mais fácil, mas a Tânia nunca virou a cara à luta.

Nos muitos momentos que tenho o privilégio de privar com a Tânia, fruto da nossa ligação comum ao futsal, numa simbiose que dura há 19 anos, sempre foi prioridade desta lutadora o bem-estar do pai. Nas viagens, por vezes com deslocações longas, o contacto entre ela e o pai era uma constante. Era um acompanhamento quase ao minuto, mesmo sabendo que, do outro lado, o seu criador estava constantemente acompanhado, quer pelo marido Delfim Barbosa, quer pela irmã Liliana Patrícia. No final dos jogos, muitas vezes com o cansaço acumulado e com o sabor amargo de algumas derrotas, os olhos da Tânia transbordavam uma enorme ternura sempre que, do outro lado da linha, ecoava a voz do pai. No rosto ficava estampado um enorme esboço de alegria e felicidade. Percebia-se, desde logo, o enorme comprometimento e ternura que existia entre ambos.

Na hora da separação, sempre difícil e dolorosa quando perdemos quem mais amamos, a Tânia faz questão de vincar publicamente o amor, o carinho e a ternura que nutria pelo pai, que a criou desde os 4 anos, deixando-lhe uma sentida homenagem.

“O meu Julinho partiu e deixou o meu coração em mil pedaços. Os últimos anos foram intensos, mas foram repletos de amor. O brilho nos olhos e o sorriso doce sempre que via as suas meninas, enchiam-nos de coragem para retribuir todo o amor que nos deu. Foi amor à primeira vista e que amor bonito. Obrigado, meu querido pai por todo o amor e carinho. Continuarei a amá-lo todos os dias”. Palavras sentidas e emocionadas da Tânia.

Aqui fica provado, caro leitor, que o envolvimento entre duas pessoas vai muito além dos laços de sangue, reforçando a descrição inicial de que ser pai, não se restringe a uma pessoa que é pai biológico de alguém. Vai muito para além disso e a Tânia é a prova dessa certeza.

Um aplauso à Tânia por tudo que fez pelo pai, dando à sociedade um verdadeiro exemplo de filha com coração enorme. Quem dera a todos os pais terem uma filha do calibre e comprometimento da “nossa” Tanuxa.

 

 

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