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VÍTOR PAULO PEREIRA, UM PRESIDENTE SEM MEDO DAS PALAVRAS

21 de Dezembro de 2021 | Manuel Tinoco
VÍTOR PAULO PEREIRA, UM PRESIDENTE SEM MEDO DAS PALAVRAS
Destaque

“Somos a melhor Câmara Municipal do país”

Ao iniciar-se o terceiro e último mandato de Vítor Paulo Pereira à frente dos destinos de Paredes de Coura, o NC assinala a data ouvindo Vítor Paulo Pereira, em entrevista que dá a conhecer melhor o autarca.
O que sente após oito anos de governança e o que espera ainda deste derradeiro mandato que o levará ao leme do executivo até 2025.

Oitos anos passaram desde o primeiro dia. Anunciou na altura ter a missão de deixar uma terra melhor do que a que encontrou…
Sim, oito anos passaram. E rápido.
E é muito mais rápido para quem todos os dias vive e trabalha intensamente por Coura. Mas também acho que para quem não faça nada seja uma eternidade. Passa rápido é assim, a vida é um sopro e devemos fazer tudo para fazer as coisas bem e marcar um tempo. Aliás, já o disse, noutros lugares e noutras circunstâncias, que existem poucas Câmaras Municipais, no país, que trabalhem tanto como a nossa. O ritmo é mesmo muito elevado. E o mais curioso é que, com algumas excepções, temos um quadro de trabalhadores que respondem a este ritmo. No fundo, todos, políticos ou técnicos, gostamos muito de Coura e todos temos uma missão: deixar uma terra boa, com cultura, educação e emprego para os nossos filhos.
No fundo, pelas sua palavras depreendo que se considera o melhor presidente de Câmara do país…
(Risos) Agora a sério, admito alguma provocação na pergunta, mas também um fundinho de verdade. Somos mesmo uma máquina de trabalho. Todavia, tenho a idade e sabedoria suficientes para responder com serenidade e essa pergunta.
Em Portugal, quando alguém diz que é bom em qualquer coisa é logo considerado arrogante. É esta a eterna desgraça do país. Quando alguém afirma que há poucas Câmaras Municipais a trabalhar como a de Paredes de Coura aparece sempre alguém a ironizar, a duvidar porque, no fundo, no nosso país, o normal é pensarmos que somos todos uma desgraça e estamos todos condenados ao fatalismo.
Então registe para a posteridade: somos a melhor Câmara Municipal do país, temos o melhor Festival do país, vamos ter a primeira fábrica de vacinas do país, os melhores trabalhadores do país, temos o melhor projecto educacional de Lego do país, a melhor Escola do Rock do país, o melhor coro de jovens do país, alguns dos melhores empresários do país, o melhor jornal local do país (risos), a melhor gente do país e alguns dos maiores descrentes do país, também, convenhamos. Mas factos, são factos.
E para terminar, temos alguns dos melhores presidentes de Junta do país. Compreendam que muitos partidos políticos e muitas instituições públicas não dêem resposta às aspirações das pessoas e isso contribua para a descrença no sector público. Contudo, nem todos somos iguais e acreditem que a Câmara de Paredes de Coura é mesmo muito diferente das outras. Agora há quem pense diferente. Mas há muito tempo que digo: o pessimismo em Portugal tem um passado glorioso e, atendendo à maledicência persistente no presente, adivinho-lhe um futuro promissor.
Sente que essa forma de governar diferente e com resultados muito positivos, usando as suas palavras, poderá ter influência num futuro cargo da governação PS a nível nacional?
Nunca faço rascunhos do futuro. Ainda agora comecei um novo mandato e há muito trabalho para fazer por Paredes de Coura. Mas confesso-lhe, ainda não comecei a tratar da minha vidinha, como se costuma dizer na política. Abomino essa expressão. Apesar de saber que não ter ambição é perigoso, mas ter ambição a mais pode ser absolutamente fatal. Conhecerei o futuro quando ele chegar. Tenho a consciência de que a vida não é sempre a subir. Quem não souber isso, sofrerá muito. Não me preocupo com o futuro, apenas sei que ele chegará.
E que futuro chegará para Paredes de Coura?
Vejo o futuro de Coura com um horizonte de felicidade, apesar das dificuldades que muitas pessoas atravessam neste momento.
Vejo uma terra com emprego, com emprego qualificado e com fábricas altamente tecnológicas. Vejo o nascimento de uma nova Zona Industrial em Linhares. Vejo a conclusão da ligação à A3 e à Zona Industrial de Castanheira que contribuirão para uma maior centralidade e uma maior capacidade de atracção de investimento para o nosso concelho. Vejo uma nova dinâmica turística que surgirá com o novo hotel de luxo da Casa do Outeiro e com novo empreendimento do antigo Sanatório. Vejo também um território com novos projectos agrícolas e com jovens agricultores cada vez mais apoiados pelo município e crentes no futuro. Vejo ainda uma terra com habitação confortável, digna e a preços acessíveis para muitos jovens que desejam viver em Coura. Temos dois projectos habitacionais que serão feitos nestes 4 anos. Vejo uma terra com emprego, habitação, educação, cultura. Vejo sobretudo uma terra feliz que seja capaz de sentir os efeitos positivos de 12 anos de trabalho intenso.
Já que falou de terra feliz, o que quer dizer aos courenses neste Natal?
Em primeiro lugar queria deixar um cumprimento especial para todos os courenses que passarão o seu Natal longe de Coura e dos familiares que amam. Aos nossos emigrantes e a todos os ausentes um abracinho especial, como costumo dizer. Considero que são os courenses que estão fora que nos ensinam a amar melhor a nossa terra.
Aos courenses que perderam os seus familiares nesta altura, desejo-lhes que encontrem paz e transfiram essa vontade de amar para aqueles que nos estão próximos. Aos courenses que sofrem por doença, depressão ou enfrentam o drama do desemprego deixo-lhes uma mensagem de esperança e que nunca esqueçam que todos somos frágeis. Temos é de aprender a viver com a fragilidade.
Para terminar, desejo, sobretudo, que tenhamos saúde e força para continuar a trabalhar do mesmo modo e com o mesmo sentido. Porque acredito nas capacidades dos courenses estou convicto de que, com saúde e união, seremos capazes de continuar a contruir um concelho cada vez mais feliz.

 

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